Dos blocos de Carnaval aos bares, Fabricio faz tudo virar desenho
Ex-programador se encontrou profissionalmente através de desenhos urbanos e técnica de aquarela
Bloquinhos de Carnaval, bares de Campo Grande, prédios e pessoas. É do cotidiano que Fabricio Martins da Silva, de 38 anos, tira inspiração para fazer desenhos que capturam a essência de momentos e lugares. Em qualquer lugar que percorre, ele sempre está acompanhado pelo caderno e o jogo de tintas coloridas.
Adepto das sketchs urbanas, que são esboços criados a partir da observação direta, o artista encara a arte como trabalho há dois anos. Os desenhos ainda são novidade para Fabrício, que conta ter ficado duas décadas sem produzir nada. “Eu desenhava desde criança, mas na adolescência parei por opções profissionais e fiquei 23 anos longe dos desenhos. Como a escolha errada da profissão pode causar vários problemas, foi o que aconteceu comigo”, diz.
Enquanto tratava a depressão na terapia, ele voltou a desenhar. Como nunca tinha parado de ‘consumir’ sobre o assunto, isso o ajudou a recuperar o tempo perdido. “Toda a informação que absorvi durante os anos ajudou no retorno e na progressão dos meus desenhos”, fala.
O retorno à vida artística foi marcado pelas artes digitais e cursos de desenho e pintura no Sesc Cultura. As aulas gratuitas o ajudaram a adquirir mais conhecimento, conhecer pessoas que compartilham do mesmo interesse e que o ajudaram a lidar com as crises de ansiedade.
No meio de 2023, Fabricio conheceu um grupo de urban sketchers em Campo Grande e se juntou a turma. Antes disso, ele acompanhava grupos similares na Europa e artistas referência em pinturas de paisagens urbanas, como Álvaro Castagnet, Alex Hillkurtz e Albert Kiefer.
O primeiro desenho dele nessa vertente foi realizado no Eden Beer, na Avenida Mato Grosso onde meses depois realizaria a 1ª exposição com 10 peças. “O Xuxa (Juliano) abriu o espaço pra mim desde o primeiro dia. Fui lá e abri meu (ainda na época) caderninho ruinzinho de desenho e fiz o primeiro sketch ao vivo”, recorda. De lá para cá fez de supermercado, Praça Ary Coelho, feira cultural, Hotel Gaspar, Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Casa Glória e vários outros cenários.
O último registro dele aconteceu no último sábado (03), no Bloco Calcinha Molhada, na Praça Aquidauana. Durante 40 minutos, Fabrício ficou sentado na calçada observando a folia e registrando tudo em tintas coloridas.
As cores, aliás, são marca registrada do artista que se encontrou na técnica aquarela. Com preferência em pintar o cotidiano, o dia a dia da cidade e o ‘comportamento’ das pessoas, ele faz as pequenas aquarelas no caderno.
Hoje parte do trabalho é divulgado através das redes sociais, mas em breve o desenhista irá divulgar um novo projeto. “Esse ano vou ilustrar minhas primeiras artes para um livro que fui convidado pra fazer”, destaca.
Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @thebearded.arte
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