Em show de despedida, Marina Peralta aquece coração de quem fica
Nem clima fresco espantou multidão que se reuniu no Rota Acústica para o último show da cantora antes da mudança para São Paulo
Não pode cair um sereno que o campo-grandense se esconde. Mas nem o clima fresquinho e de neblina do sábado à noite espantou a “família Peralta” do show de despedida da rainha do reggae sul-mato-grossense. Marina subiu ao palco próximo às 22h e colocou geral para dançar com a canção “Luz”. A apresentação foi aberta com a intervenção da Tribo de Aruanda que, literalmente, pôs fogo no parquinho para aquecer a plateia.
Marina também estava na organização do evento, mas entre idas e vindas abraçou e conversou com muitos fãs antes de seu show. Em clima de muita gratidão, pouco antes de subir ao palco, a cantora conversou com o Lado B e ressaltou a felicidade que sentia. “Tá friozinho, mas tá quentinho. Todo mundo está mais perto e eu estou super feliz”, disse.
O público presente é outro ponto a se ressaltar. Fãs da Marina Peralta realmente não tem idade. Famílias inteiras e crianças loucas para conseguir uma foto com a cantora tinha por todo lado. Yuri de 4 anos era um deles.
Acompanhado da mãe, o pequeno estava inquieto e com olhos atentos para achar a ídolo que vez ou outra passava por perto. Mayara Bispo, de 28 anos, leva o filho porque também sempre gostou do rolê alternativo. Apesar de fixar o gosto musical muito cedo foi ouvindo Marina Peralta que se libertou do que chama de “cativeiro mental”.
“É um rolê que você pode vir e se sentir segura, ninguém discrimina ninguém. Ouvir Marina me libertou de um cativeiro mental. Como mulher e mãe saber que eu não mereço menos do que eu já sou e a Marina é maior que o mundo, voa passarinha”, disse.
Os fãs estão tristes, mas não em clima de tristeza. A alegria de saber que a cantora está se mudando por um sonho conforta quem vai ficar longe. As amigas Agnes Viana e Débora Maves que o digam. “Eu vim por causa do show, mas a Marina tem que brilhar, onde quiser brilhar e fazer o que ela gosta de fazer. A gente fica feliz que ela vai embora para seguir um sonho”, disse Débora Maves.
A acadêmica de psicologia Natalia de Almeida foi ao show com a amiga Ana Beatriz Ozuna e acompanha Marina há tempo. “Faz um tempo que eu acompanhado a Marina, amo o som dela, mas é bom que ela vai crescer no Brasil e melhor ainda se ela continuar levando o nome do Estado”, disse Natália.
O trio de amigas Samara Garib Budib, Claudia Lis Rodrigues e Adrien Giene afirmou que mesmo debaixo de chuva estariam presentes. “Eu sou muito fã da Marina e achei triste saber da despedida porque a gente gosta de aproveitar o som da Marina ao vivo. O estúdio não combina com o reggae”, disse.
A apresentação aconteceu dentro da 2ª edição do Festival Estamos Viv@s. As atividades, que incluíam crianças, começaram às 17h com muita poesia, roda de capoeira, e participações de Renatto Jackson, Femme Crew e Mel Dias. Além disso, muitas barracas vendiam comida, roupas, chapéus, objetos de decoração e as tão famosas pochetes que voltaram em alta.
Sem dúvidas, a intervenção da Tribo de Aruanda foi o espetáculo que mais surpreendeu os presentes. Pintados de azul, no estilo Avatar, os integrantes do grupo realizaram um verdadeiro espetáculo e acenderam com fogo a frase “Estamos Viv@s” armada em sisal.
Marina ressaltou durante o show que a defesa dos “índios” nunca sairá de sua pauta e pontuou que subversão já é revolucionário. “O nosso governo atual insiste em dizer que os índios precisam ser civilizados, mal sabem eles que os índios têm sua própria civilização. Acredite na sua contribuição”, gritou ao público.