Exposição cancelada em Brasília foi idealizada por sul-mato-grossense
Evandro Prado integra o grupo de artistas que compunha a exposição “O Grito!”, na Caixa Cultural de Brasília
De Campo Grande, Evandro Prado é um dos artistas que compunham a exposição “O Grito!”, cancelada após polêmica em Brasília. O evento durou menos de uma semana na Caixa Cultural, sendo encerrado antes do tempo previsto.
Ao Lado B, o artista explicou que a exposição tratava sobre os 200 anos de independência do Brasil e tinha intuito de repercutir sobre a herança deixada pelas figuras ditas heroicas. Nesse sentido, ele possuía dez trabalhos seus, entre eles peças de pintura, objetos, esculturas, aquarela e um vídeo.
Em relação à suspensão e polêmicas, Prado detalha que um dos trabalhos de Marília Scarabello possuía imagens retiradas da internet. Composta por várias bandeiras manipuladas, uma delas retratava Paulo Guedes, a senadora Damares Alves e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em um cesto de lixo.
“Em um emaranhado de mais de 600 imagens, algumas provocaram a ira de um grupo conservador de extrema direita que pressionou politicamente a Caixa, que acabou fechando a exposição”, diz Evandro.
O artista destaca que a instituição cedeu aos questionamentos apesar de já ter aceitado expor todas as obras. “Era um detalhe de um dos 30 trabalhos que tinha essa questão que causou essa censura de todos os trabalhos”.
Sobre sua participação, Evandro explica que foi um dos idealizadores da exposição. “Eu convidei três artistas para fazer a exposição comigo, depois convidei uma produtora e também uma curadora que chamou mais três artistas. Então, eram cerca de nove pessoas envolvidas, sendo sete artistas, uma curadora e uma produtora”, comenta.
Com a exposição finalizada pela Caixa, ele pontua que o evento foi encerrado permanentemente, sem expectativa de retorno.
Sobre o assunto, a Caixa informou à imprensa que a exposição havia sido selecionada para participar do Programa de Ocupação dos espaços da Caixa Cultural 2023/2024. Entretanto, a obra intitulada “Bandeiras” foi identificada tendo viés político, o que fere as diretrizes do programa, conforme o órgão.
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