Exposição de artista Pernambucano chega à Campo Grande com vida de imigrantes
Com entrada franca a mostra reúne obras sobre o recomeço nas grandes capitais
"Transição de Fase" do artista Lourival Cuquinha chega à Campo Grande na próxima semana quarta-feita (31), às 19h30 no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco) com entrada franca. Os retratos expostos trazem como tema a imigração, e se complementam com uma instalação sonora resultado de uma parceria com Mariana Lacerda e Muep. Ficou interessando? Veja a prévia da exposição no vídeo no fim da matéria.
Lourival Cuquinha nasceu no Recife, mas hoje vive e trabalha em São Paulo. Ele passou 10 anos na Universidade Federal de Pernambuco, em cursos como Engenharia Química, Filosofia, Direito e história, mas foi nas Artes Visuais que encontrou a verdadeira vocação. Atualmente trás para o seu trabalho uma diversidade de mídias enriquecedora, utilizando fotografia, cinema, vídeos, artes plásticas, além de também realizar intervenções urbanas, tudo com mensagens geralmente voltadas para o campo político.
As obras de Lourival são conhecidas por refletir pensamentos sobre a liberdade individual e o controle que sociedade e cultura têm sobre ele, incluindo liberdade da arte, que para ele pode ser influênciada pelas instituições que a cercam.
Exposição de arte que começa com o termo da química "Transição de Fase", que acontece durante a mudança do sólido para o líquido, ou do líquido para o gasoso, a intenção do artista é colocar o público em um território familiar e guiá-lo pelo desconhecido, mostrando a realidade do imigrante em uma experiência que começou com a vivência do próprio artista, quando morou 5 anos no Reino Unido, na mesma condição de forasteiro.
As imagens são resultado de 4 anos de viagens do artista pelo mundo, propondo aos imigrantes que trabalhavam como vendedores ambulantes que encontrava pelo caminho comprar as mercadorias oferecidas pelo dobro do preço em troca de um retrato e da história de cada uma. As peças expostas foram impressas em cobre ou cédulas no mesmo valor dos produtos negociados, que também estão a mostra.
Durante a abertura da exposição, no dia 31, o público terá a possibilidade de entrar em contato vendedores, vindos de diversos países que hoje vivem em Campo Grande e que deverão ocupar o Marco para negociar suas mercadorias.
Mariana Lacerda e Muep adicionam a obra trechos de entrevistas com alguns dos imigrantes retratados ao longo da pesquisa. Principalmente registros sonoros da Hortense Mbuyi Mwanza, imigrante do Congo, que na bagagem trás a vivência de refugiada política, e é um dos focos especiais da mostra de acordo com Cuquinha.
Com classificação livre, a inauguração será às 19h30 da próxima quarta-feira (31) e segue aberta para a visitação até o dia 14 de dezembro deste ano em horário comercial, das 7h30 às 17h30 durante a semana e aos domingos e feriados das 14h às 18h.
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