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Artes

Na música e letras, arte perdeu seus contadores: Zezinho, Glorinha e Campestrini

Paula Maciulevicius | 31/12/2016 07:15
Glorinha ia além da sala de aula e foi assim que ensinou tanto a tantas pessoas. (Foto: Arquivo/Alcides Neto)
Glorinha ia além da sala de aula e foi assim que ensinou tanto a tantas pessoas. (Foto: Arquivo/Alcides Neto)

Quem vai contar a história de Campo Grande? Agora, herdeiros de grandes mestres que ensinaram muitos desde quando o Estado era um só. 2016 se despede como um ano de partidas. Na música, José Charbel Filho, compositor do Grupo Acaba, na história, professor Hildebrando Campestrini, nas letras e na paixão por aprender e despertar aprendizado, professora Glorinha de Sá Rosa.

Morre aos 61 anos engenheiro, músico e compositor do Acaba, José Charbel Filho

Zezinho ao lado da esposa, Marilena.
Zezinho ao lado da esposa, Marilena.

Em maio, depois de anos lutando contra um câncer, partiu José Charbel Filho, engenheiro civil, músico e professor. Quem não o conhecia por ter sido aluno, foi plateia e aplaudiu Zezinho. Sua estreia na carreira musical foi nos anos 60, com o grupo “Mini Boys”.

Aos 61 anos, Zezinho chegou a participar do livro e de parte das comemorações dos 50 anos do Grupo Acaba, mas não subiu ao palco para receber os aplausos que tanto mereceu.

Morre aos 75 anos, de AVC, o historiador Hildebrando Campestrini

Hildebrando tratava de um câncer há dois anos e morreu de AVC em novembro.
Hildebrando tratava de um câncer há dois anos e morreu de AVC em novembro.

Em novembro, o professor que adotou o Estado como terra natal, escreveu livros como se tivesse vivido tudo aquilo que ensinava. Hildebrando Campestrini tinha 75 anos e partiu depois de um AVC. Foi velado no lugar onde por anos trabalhou e se tornou a “personificação” do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.

Passar pela Rua Antônio Maria Coelho, no Centro da cidade, já não é mais a mesma coisa. As cores da porta e da caixinha dos Correios deixam saudade da professora mais querida do Estado. Aos 88 anos, professora Maria da Glória de Sá Rosa se despediu deixando um legado que confunde sua trajetória com a história de Mato Grosso do Sul.

Na literatura, música e dança, professora Glorinha se despede deixando história

As caixinhas de correio de Glorinha, um marco para quem repara nas delicadezas pela Antônio Maria Coelho. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
As caixinhas de correio de Glorinha, um marco para quem repara nas delicadezas pela Antônio Maria Coelho. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Uma das únicas personalidades que reunia em si a literatura e as artes, Glorinha despertou talentos para depois escrever sobre eles e muitos dos registros que temos de nós, devemos à ela.

Em 2014, quando abriu sua casa ao Lado B, mostrou que o mesmo que tinha de doçura, mostrava a sensibilidade através dos móveis e da decoração do apartamento.

Nos últimos meses, dividia casa com um dos filhos, Luiz Fernando. Do apartamento, só ficaram as cores de fora e as duas bibliotecas.

O acervo de Glorinha será doado e o destino está ainda a ser decidido. UEMS, Aliança Francesa ou ainda uma fundação que está nos planos da conselheiras do TCE, Marisa Serrano, como homenagem à Maria da Glória de Sá Rosa. E o imóvel, que mesmo vazio carregará a história de quem viveu nele quase 60 anos, será alugado.

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