Nem azul e nem rosa, luta colorida toma ruas durante 7ª Parada LGBT+
Depois de pausa de 9 anos, evento voltou a se repetir em Dourados no ano passado
Em resposta a polêmica nacional sobre cores “certas” para meninas e meninos, a 7ª Parada LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) de Dourados, a 230 km de Campo Grande, leva às ruas uma luta colorida. Com programação o dia todo, o ato acontece no próximo sábado (29) na Praça Antônio João.
O evento voltou a se repetir na cidade em 2018 depois de uma pausa de nove anos. Com o tema "Nem Rosa e Nem Azul, Nossa Luta é Colorida", o Coletivo Parada esclarece que o ato celebra a luta da comunidade LGBT+ por respeito, reconhecimento, liberdade e direitos. Além de promover denunciar a violência e exclusão que o movimento sofre.
Das 9h às 14h haverá atendimento do Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids. Depois deste horário, o ato dá lugar as apresentações artísticas como shows, Djs, performances de Drags e caminhada pelo centro da cidade. O evento está programado para se encerrar às 22h.
Conforme Franklin Schmalz, do Coletivo de Organização da Parada, o tema deste ano é uma resposta ao momento político atual do país em que o Presidente da República, ministros de estado e outras figuras públicas se declaram abertamente “preconceituosas e intolerantes”, frisa.
Para o militante, as declarações promovem retrocessos nos espaços de construção de política publicas para a população LGBT+ e os Direitos Humanos. “Esse contexto reforça o fato de o Brasil ser um dos países mais perigosos para pessoas LGBTs no mundo, sendo que Mato Grosso do Sul, infelizmente, também se destaca nesse quesito”.
Na contramão dos discursos de ódio, decisão histórica do Supremo Tribunal Federal criminalizou a LGBTfobia reconhecendo a omissão do Estado brasileiro em relação às violências sofridas pela população LGBT+.
50 anos - Ainda em 2019, a comunidade comemora o marco político do movimento LGBT e impulsionador das paradas: a Revolta de Stonewall, em Nova York no ano de 1969. Na época, leis proibiam o encorajamento a relações homossexuais, assim como era usada forte violência policial para evitar que pessoas LGBTs frequentassem locais públicos e comércios.
Num desses episódios de violência, LGBTs resolveram revidar a truculência policial no bar Stonewall e a ação de resistência foi forte o suficiente para se tornar um símbolo do movimento.
“Diante de todo o contexto político, das ameaças, dos retrocessos e também dos poucos avanços, a Parada serve para relembrar a luta daquelas pessoas que resistiram antes de nós, para celebrar o amor e a diversidade, para reafirmar nossa existência e para deixar o recado: não aceitaremos voltar para o armário! Nossa luta contra as opressões, contra o machismo, o racismo e a homofobia segue firme e potente”, pontua.
A organização é do Coletivo da Parada e AGLTD (Associação de Gays, Lésbicas e Transexuais de Dourados), mas conta com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Núcleo de Políticas Públicas LGBT de Dourados, Subsecretaria de Política Públicas LGBT de Mato Grosso do Sul e Hot Pub.