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Artes

Orquídea, primavera e outras flores viram lembranças afetivas em resina

Joyce transforma flores em brincos que valorizam aspecto natural, como cor, textura e formato

Por Jéssica Fernandes | 24/09/2023 07:40
Orquídeas são transformadas em acessórios de resina. (Foto: Arquivo pessoal)
Orquídeas são transformadas em acessórios de resina. (Foto: Arquivo pessoal)

As flores que Joyce Marim Santos Serrado, de 36 anos, ganha do filho nunca mais se perderam. Ex-analista de crédito, ela encontrou uma nova profissão como artesã e criando acessórios de resina utilizando orquídeas, primavera,  hortênsias, margaridas e várias outras flores.

A maior parte do trabalho artesanal consiste em brincos de diferentes formatos, mas ela também faz presilhas. A ideia da comercialização das peças surgiu devido a uma frase dita pelo filho mais novo de Joyce.

“Meu filho de 8 anos sempre me dá flores, mas uma frase marcou muito após ele me dar um arranjinho de flores que ele mesmo colheu. ‘Mamãe não deixa as flores que te dei morrerem’. Depois disso comecei a pensar em alguma forma de eternizar essas flores que ele me dava, jamais passou pela minha cabeça algo comercial nesse sentido”, comenta.

Produção artesanal valoriza o aspecto natural da flor, como cor e formato. (Foto: Arquivo pessoal)
Produção artesanal valoriza o aspecto natural da flor, como cor e formato. (Foto: Arquivo pessoal)

A descoberta da técnica que envolve resina da mesma forma que utiliza hoje veio através do Instagram. Assistindo um vídeo, Joyce ficou encantada com o que viu e começou a buscar pessoas na cidade que soubessem fazer o mesmo serviço.

“Fiquei encantada, eu não imaginava que pudesse existir tal coisa. Já tinha visto trabalho com flores e resina, mas nunca daquela forma. Então, comecei a procurar quem fizesse aqui por perto para que quando ele me desse as flores novamente eu pudesse fazer algo”, diz.

Como não encontrou ninguém, Joyce decidiu colocar em prática o que assistiu na rede social. “Procurei muito mas não achei ninguém que fizesse. Então decidi com ajuda da minha filha que eu mesma iria fazer algo”, fala. Depois de 10 dias, a artesã produziu o brinco, que rendeu elogios entre o grupo de amigas.

Filho de Joyce foi quem a inspirou a preservar as flores. (Foto: Arquivo pessoal)
Filho de Joyce foi quem a inspirou a preservar as flores. (Foto: Arquivo pessoal)

Ao ver a reação das amigas, ela aproveitou a oportunidade e investiu nas peças de resina. Aproveitando ao máximo a criatividade e as flores do próprio jardim, Joyce cria diferentes modelos conforme o gosto dos clientes.

“Hoje as flores são escolhidas conforme a disponibilidade, gosto muito de cultivar minhas próprias flores, então a maioria vem do meu jardim. Tento produzir as peças que as clientes mais pedem, primaveras, orquídeas, hortênsias e as folhas verdinhas. Mas, eu não me prendo a que tipo de flor é”, explica.

Já que uma flor não é igual a outra seja em textura, cor, formato ou tamanho, as peças não seguem um padrão específico. Usando base diferentes e priorizando a naturalidade, Joyce mostra nos brincos e presilhas a beleza que, às vezes, as pessoas não percebem.

“Sempre tento fazer com as coisas mais naturais possíveis, as flores de matinho, por exemplo, me encantam e ninguém dá valor a elas, mas com os meus acessórios as pessoas passam a ver a beleza que existe nelas”, afirma.

Para quem quer preservar uma flor que ganhou ou até mesmo cultivou, Joyce também se dispõe a fazer à mão a produção com resina. “Faço também as que eu falo ‘afetivas' que são quando a cliente me dá a flor, quando essa flor tem um significado especial, marca um momento ou lembra alguém”, comenta.

O fato de eternizar lembranças e preservar fisicamente as memórias que algumas dessas flores carregam é uma das principais satisfações que a artesã encontra no trabalho. “As pessoas amam guardar as flores. Quem nunca guardou uma flor dentro de um livro, eternizar essas flores e deixar elas bem pertinho através de um acessório faz o meu trabalho ter uma recompensa muito grande, independente do valor que cobro pra fazer as peças”, pontua.

Conjunto de flores transformadas em acessório de resina pela artesã. (Foto: Arquivo pessoal)
Conjunto de flores transformadas em acessório de resina pela artesã. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela cita um dos momentos que pode transformar o momento de alguém com as flores em resina. “Algumas clientes marcam a gente, como por exemplo uma moça que estava noiva e ao conhecer meu trabalho decidiu que sua grinalda seria algumas orquídeas qua a avó tinha dado pra ela. Foi incrível participar desse momento”, destaca.

Nos últimos 10 meses de loja virtual, Joyce vive uma mudança de vida. O tempo que ganhou com a família e o contato com outras pessoas e histórias são algumas das oportunidades que a produção artesanal proporciona.

“Falo que fui presenteada por Deus com a Divina Joya. O momento que ela apareceu na minha vida, foi muito legal. Tudo foi muito rápido e penso que realmente foi um presente de Deus pra mim. Quando comecei a pensar em comercializar, pedi que me inspirasse num nome. Rapidamente veio Divina Joya. Porque Deus que faz as coisas, eu apenas remanufaturo as peças dEle, as cores, desenhos, tamanho tudo vem da natureza que Ele fez tão linda”, frisa.

Moradora de Dourados, Joyce realiza entregas na cidade e para todo o Brasil. "Para Campo Grande eu geralmente combino com a cliente, já enviei por correio, por transportadora, por van e também por conhecidos que tem em Campo Grande como destino e também pessoalmente nas feiras, como exponho na feira com regularidade, acabo combinando com as clientes para que elas retirem na feira comigo", explica.

Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @divinajoya_resinados

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