‘Plantando’ literatura, a luta é garantir poesia até para os bares
Quem traz eventos literários para a cidade explica sobre desafios regionais
"A gente quer criar pequenos locais em que as pessoas possam pensar sobre literatura e fazer com que isso seja semente para que outras coisas possam acontecer", resume um dos fundadores da livraria independente Hámor. Felipe Mafra. Ajudando a "plantar" literatura em Campo Grande, quem insiste na arte explica que a luta é levar as palavras desde para feiras até para bares.
Na noite deste sábado (25), o projeto "Miolo: Circuito de Leituras Integrais" teve seu segundo encontro e, desta vez, com a escritora Luiza Romão. Mesmo com o frio, a galera se reuniu no Copo Bar para ler Caixa D'Água, de Febraro de Oliveira, ao lado de Karô Castanha e Isloany Machado.
Enquanto o público chegava, Mafra explicou sobre como vê a literatura insistindo por aqui. E, entre os principais desafios, ele defende que está repensar o que é visto como literatura regional.
"Se você não está no sudeste, não é uma literatura nacional, é regional e isso acaba deixando de fora. É até por isso que quisemos trazer autores de fora para que eles leiam autores daqui. Dessa forma, nós conseguimos criar pontes e essa é uma palavra que a Hámor foca muito".
Além dessa conexão, Felipe também defende que o processo de conhecer novos formatos literários também é necessário. "Muitas vezes, as pessoas questionam se os textos são poesia, por exemplo, por não seguirem um padrão mais conhecido. E discutindo sobre, dialogando, a gente consegue repensar", diz.
Também nesse sentido, Febraro argumenta que, para a literatura ganhar mais espaço por aqui, é necessário investir na formação de base.
"A gente precisa entender a literatura como espaço de convivência, como algo banal porque se ela é vista apenas como algo extraordinário, esse espaço não existe no comum. A literatura precisa estar em todos os lugares, precisa estar em bares", defende o autor.
E, para que isso ocorra, o escritor diz que grande parte do papel é das políticas públicas e investimentos tanto nos escritores quanto nos leitores. "O Poder Público precisa atuar nesse sentido porque os escritores precisam de incentivo para continuar e também para se formar, trocar conhecimentos. É assim que a gente pode reimaginar Campo Grande".
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