Raique cria ‘caça ao tesouro’ espalhando arte pela cidade
Ideia ganhou estrutura em 2021 e, na última edição, mais de 50 itens foram espalhados
Entre 2019 e 2020, o artista Raique Moura decidiu que começaria a espalhar peças artísticas por Dourados e, desde então, o projeto continuou ganhando força. Surpreendendo desconhecidos e seus próprios seguidores, ele cria uma “caça ao tesouro” para levar a arte de formas diferentes até as pessoas.
Durante a última edição realizada em 2023, mais de 50 peças foram distribuídas pela cidade e, como ele detalha, os feedbacks alimentam sua vontade de continuar com a ação, “reforçando minha crença no poder transformador da arte”.
Retornando ao início das ações, o artista explica que a ideia era mais despretensiosa nos primeiros anos. “Espalhando ilustrações com alfinetes em árvores, soltas em pontos de ônibus e em portões de casas. Era uma maneira de impactar o outro, de fazer o olhar das pessoas comuns ‘se permitir olhar para a arte’ de uma maneira mais sensibilizada”.
Entender se a atividade funcionava ou não veio como resultado dos retornos das pessoas que encontravam as artes e fazia questão de demonstrar a alegria com os pequenos tesouros.
Após certo tempo, Raique conta que começou a ver o Espalha Arte como uma forma de expressão pessoal, “compartilhando um pouco do que faço para além do ‘vendável’, mas como uma maneira de presentear pessoas desconhecidas com o meu trabalho”.
Em 2021, ele conseguiu apoio de uma lei de incentivo e, como define o artista, a produção foi mais robusta com 25 quadros de obras autorais. “Foi muito bonito de ver o projeto começando a se estruturar de uma forma mais sólida. Ele não tem edições fixas, acontece quando sinto que precisa acontecer”.
Desde estão, já foram mais de oito edições realizadas com menor ou maior quantidade. Em relação aos itens que são presenteados, Raique relata que vão desde obras de arte como ilustrações originais, prints e serigrafias até trabalhos autorais como cadernetas e esculturas feitas por ele.
“Nesta última edição, inclui o desapego de livros de arte e brinquedos, proporcionando uma forma de alcançar todas as pessoas. Em cada pacote, deixo uma carta explicativa sobre o projeto, que eu sou e o motivo dessa ação”, diz o artista.
Em relação ao retorno das pessoas, Raique comenta que, inicialmente, os feedbacks eram em número reduzido por incluir apenas seu perfil do Instagram, sem a carta explicativa. “Desde que comecei a adicionar a cartinha junto aos pacotes e obras, o contato pós-encontro da arte com o público tornou-se muito mais ativo. É emocionante ler as mensagens, ver fotos e sentir um pouco do que as pessoas experienciaram ao encontrar os pacotes”.
A partir da experiência de compartilhar os itens e receber as respostas, o artista garante que esse é um dos projetos que mais geram empolgação. “Nele, compartilho minha arte com pessoas aleatórias, desde amigos que saem nessa ‘caçada’, como muitos chamam, até pessoas que eu nunca teria conhecido se não fosse por essa ação”.
Além disso, ele vê a ação como uma troca justa, já que é o momento não de continuar vendendo sua arte, mas garantindo esse momento gratuito.
“Acredito que fazer essas ações de tempos em tempos me nutre e me estimula a continuar produzindo coisas novas, compartilhando não só vendendo, mas também presenteando pessoas aleatórias, que podem se sentir atravessadas das mais variadas formas ao conhecer meu trabalho em uma ação como essa”, pontua Raique.
E, em 2024, a ação deve retornar, sempre sendo divulgada em seu perfil no Instagram, @raiquemoura.
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