Rua 14 de Julho ganha novo mega mural, agora com Helena Meirelles

Quem passou pela Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena nos últimos dias conseguiu acompanhar mais um mega mural ganhando forma, desta vez no Edifício Itamarati. Ali, ao lado da Praça Ary Coelho, a dama da viola, Helena Meirelles, se impõe pelas pinceladas do artista plástico Marcos Rezende.

Aguardando os últimos detalhes, o retrato está em seus 99% de desenvolvimento, como explica Marcos. Empenhado desde os primeiros dias de janeiro com sua equipe, ele explica que a homenagem não irá brilhar os olhos dos campo-grandenses somente durante o dia. Ao todo, dez holofotes serão instalados para garantir a iluminação das 20h às 6h.

Integrando o projeto “Helena Meirelles: Som e Cor do Pantanal”, financiado pela Lei Paulo Gustavo, a empena (nome dado às pinturas realizadas nas laterais de prédios) divide espaço com a composição de uma música e produção de um documentário.

Marcos conta que tudo começou em 2022, quando ele e Diogo Rodrigues decidiram inscrever a ideia no FIC (Fundo de Investimentos Culturais), mas não foram contemplados. Desde então, o projeto ficou engavetado e só voltou a ser cogitado com a Paulo Gustavo.

Desta vez, a dupla também convidou Ciro Clemente para a elaboração de um documentário e desenvolvimento do projeto. Além dele, Jerry Espíndola também entrou para o time com a criação de uma música chamada “Dona Helena”, em parceria com Rafael Vital.

“Além da empena, o documentário mostra o processo de composição da música, intercalando com depoimentos de artistas e músicos falando da importância cultural da Helena Meirelles, histórias de bastidores do show, tudo bem legal”, descreve Marcos Rezende.

Sobre a empena, o artista plástico relata que são 240 metros quadrados de arte e, considerando sua trajetória, encarar um paredão foi novidade. “A elaboração da arte tem sido um marco para mim, primeiro porque é uma honra muito grande retratar uma pessoa desse calibre cultural que é Helena Meirelles, nossa dama da viola”.

E, além disso, nunca ter trabalhado com essa escala de pintura ativou uma série de novas ideias e vontades. Encerrando o retrato de Helena, o objetivo é lançar novas ações parecidas em um futuro próximo.

Sobre o processo da pintura, Marcos comenta que antes de marcar os primeiros traços de Helena foi necessário preparar a parede.

“Não é só chegar e pintar a imagem na parede, precisamos preparar a parede e isso começou no dia 2 de janeiro. Então, pensando em todo o processo, foi um mês de trabalho”, comenta.

Por estar na principal via do Centro, o artista explica que todo o trabalho acaba sendo acompanhado por um termômetro com as reações de quem passa por perto. Ver a curiosidade, os registros e comentários integra a experiência artística e deixa tudo ainda mais significativo, como ele diz.

Com esse panorama, retratar alguém tão importante dá mais peso ainda para um projeto que ansiava por ganhar vida. No caso de Marcos, que cresceu ouvindo sertanejo raiz, ser o responsável por levar a Dama da Viola à 14 de Julho vai seguir como motivo de festa.

“Sempre admirei Helena, ela é realmente uma referência para muitas coisas, tanto que quando comecei a esculpir com as esculturas figurativas, a primeira que fiz foi da Helena Meirelles. Tenho um busto em casa pronto da Helena, pronto para colocarmos em algum local que dê essa visibilidade”.

Agora, prestes a entregar mais um trabalho para a cidade, Marcos completa dizendo que a 14 de Julho pulsa cada vez mais. Seguindo esse caminho, novas empenas, esculturas urbanas e interatividades da cultura e da arte com a população não devem faltar.

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