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Comportamento

Aos 12 anos, complicações de transplante fizeram Geovana se despedir da mãe

Geovana Dias teve sua trajetória contada aqui no Campo Grande News, história que terminou na madrugada de hoje

Guilherme Correia | 12/09/2021 10:49
Segurando uma boneca de crochê inspirada nela mesma, Geovana teve sua história contada nas redes sociais. (Foto: Arquivo Pessoal)
Segurando uma boneca de crochê inspirada nela mesma, Geovana teve sua história contada nas redes sociais. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 12 anos, Geovana Dias enfrentou ao lado da família, em especial, da mãe, uma verdadeira luta. Diagnosticada com problema na medula óssea, ela buscou pelo pai biológico, indicado como o melhor doador, mas só encontrou a esperança de viver em uma pessoa anônima.

A história da menina sorridente foi contada em duas oportunidades pelo Lado B do Campo Grande News, e teve um fim triste neste domingo (12), com a morte de Geovana, por complicações após o transplante.

Quando tinha seis anos de idade, a garota começou a apresentar algumas manchas pelo corpo e três anos depois, foi constatada aplasia da medula óssea e disceratose congênita. Desde então, passou por uma série de internações e viveu uma busca pelo progenitor, doador compatível, o qual só sabia que era do Maranhão e chamava Giovane.

“Minha mãe me levou no médico de pele e ele passou uma pomadinha para ver se aquelas manchinhas saíam, mas não adiantou", contou, em reportagem publicada no ano passado, quando iniciou-se uma campanha nas redes sociais.

Por meio do Instagram, gerido pela mãe, Neide Dias, de 35 anos, e por uma professora, a situação médica de Geovana era contada diariamente, com fotos e publicações. Com muita repercussão, muitos esperavam pelo desenrolar da história.

No hospital em que passou os últimos dias da vida, Geovana era vista com sorriso no rosto e esperança. (Foto: Arquivo Pessoal)
No hospital em que passou os últimos dias da vida, Geovana era vista com sorriso no rosto e esperança. (Foto: Arquivo Pessoal)

O caso chegou a correr na Justiça, com apoio de advogados, mas não houve sucesso. Por isso, e também pela família materna não ter compatibilidade, a única alternativa era esperar um sinal divino.

Contrariando estatísticas que, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), mostram que a chance de compatibilidade era menor a 30% entre pessoas não aparentadas, Geovana e a família tiveram um alento, em dezembro do ano passado. Um doador, que não foi identificado, tinha 90% de compatibilidade e se dispôs a ajudar.

Depois de longa espera, a cirurgia foi bem-sucedida, com muita preparação, remédios e exames. Essa era a única solução para que Geovana pudesse cogitar ter uma vida sem sofrimento, internações, e riscos graves de acidentes ou hemorragias.

“Queria ter nascido sem essas 'dorzinhas', poder correr com os amigos, brincar de pega-pega e andar de bicicleta como qualquer um faz, sem medo de me machucar. Mas não sou assim", relatou a criança, na época.

Geovana em leito de terapia intensiva junto a irmã (à esq.) junto à mãe (à dir.) (Foto: Arquivo Pessoal)
Geovana em leito de terapia intensiva junto a irmã (à esq.) junto à mãe (à dir.) (Foto: Arquivo Pessoal)

Diagnóstico - Há duas semanas, o exame que determinaria como estavam as condições da medula óssea transplantada foi feito, por meio de um mielograma. No centro cirúrgico, a análise deu certo, mas o resultado não era o esperado. Foram detectadas algumas dificuldades na adaptação, após o transplante, e ela começou a ter complicações nos dias seguintes.

Segundo a mãe, os médicos, chamados por ela de “anjos”, tentaram fazer de tudo para salvar a vida de Geovana, com medicações, cateter, exames e tratamentos.

Geovana teve dores e foi internada em CTI (Centro de Terapia Intensiva). Em seguida, com muita falta de ar, foi detectado que ela teve o pulmão comprometido, por conta de uma pneumonia, e chegou a ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Nos dias seguintes, a jovem sentia febre forte, queda de pressão e continuou hospitalizada. Depois de muitas orações feitas, a "princesa" de Neide não resistiu. “Agradeço a preocupação de cada um de vocês, continuo pedindo oração pela vida da minha filha”.

Geovana se despediu da mãe na madrugada deste domingo, 12 de setembro, em Rio Preto, no interior de São Paulo. Antes disso, pôde rever a irmã que não via há três meses.

Amigos e familiares, nossa princesa descansou. Ela está com Deus, acabou o sofrimento. E tenho certeza que ela combateu bem e guardou a Fé”, publicou Neide.

A mãe chegou a fazer uma campanha nas redes sociais, pedindo ajuda financeira para custear o transporte para a cidade natal, por meio do Pix (67) 99190-8114. Os internautas que acompanhavam a história de Geovana contribuíram e ela conseguiu o valor necessário. “Obrigada a todos de coração, Deus abençoe grandemente a vida de cada um de vocês”, escreveu a mãe.

Com tantas complicações, Geovana viveu com felicidade estampada no rosto. (Foto: Arquivo Pessoal)
Com tantas complicações, Geovana viveu com felicidade estampada no rosto. (Foto: Arquivo Pessoal)
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