Depois de se livrar de câncer, Nelson pede doações como presente de aniversário
Nelson de Oliveira Cervantes era uma criança como todas as outras, agitada, gostava de brincar, era espevitado. Quando tinha acabado de completar 4 anos veio o diagnóstico devastador para a família: ele estava com LLA (Leucemia Linfóide Aguda). Na mesma semana começaram o tratamento com quimioterapia, depois de um ano a mãe, a assistente social Sandra Delma, se mudou com a criança aqui para Campo Grande, a família é de Sonora, distante 364km da Capital.
Depois de 7 anos veio a cura total do garoto que completou 18 anos há duas semanas, no dia 28/09. “Vimos de perto como uma casa de apoio a pessoas com crianças com câncer é importante, não chegamos a utilizar uma, tínhamos estrutura, ficávamos no apartamento que temos em Campo Grande durante o tratamento. Vimos muita família do interior no hospital que ficava na AACC/MS (Associação de Apoio à Crianças com Câncer de Mato Grosso do Sul), convivemos diariamente com eles no hospital”, conta.
Antes do aniversário de Nelson a mãe o perguntou se ele queria algo de especial para seu aniversário, já que estaria completando a maioridade. “Não tinha nada que eu queria muito, então eu e minha mãe tivemos a ideia de pedir a doação para a casa, sabemos que é muito importante para eles”, conta o jovem.
A festa foi organizada em Sonora mesmo, andes de pedir o leite eles ligaram para a instituição aqui de Campo Grande e perguntaram do que mais precisavam. “Nos responderam que sempre usam muito fraldas e leite, como estou no interior achei mais fácil que os convidados nos trouxessem leite”, afirma Sandra.
A família não esperava que fossem conseguir tantas doações. “Chamamos só os amigos da família, meus amigos e familiares próximos, não foi nada muito grande. Foi bastante legal que todo mundo se prontificou, quis doar, ajudar as crianças, fiquei muito feliz”, frisa Nelson. Foram arrecadados mais de 400 litros de leite.
Para eles este é um ato que deveria se repetir mais vezes. “Pretendemos fazer mais doações, apesar de nunca termos precisado, sempre tivemos apoio do meu marido, pai e mãe, irmãos, sei da importância de gente que não tem muito suporte. Temos sempre que pensar no outro e muitas vezes só fazemos isso quando sentimos na própria pele”, acredita Sandra.
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