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Comportamento

Diferente das renas, Capivara não pensa em casamento e só quer festar

Enquanto as renas seguiram caminho tradicional, Capivara diz que Carnaval é sua sexualidade, amor e religião

Por Aletheya Alves | 13/02/2024 06:46
Capivara continua focada em aproveitar o Carnaval bem solteira. (Foto: Juliano Almeida)
Capivara continua focada em aproveitar o Carnaval bem solteira. (Foto: Juliano Almeida)

Enquanto em 2023, a família de renas crescia em Campo Grande e fazia até chá de revelação para mostrar o sexo do bebê, a Capivara estava é se preparando para festar mais um Carnaval solteiríssima. Despreocupada com o caminho da família tradicional da prima Rena, que se casou com direito a véu e grinalda, a cara do bloco Capivara Blasé anuncia que a folia é sua sexualidade, amor e religião.

Conseguir falar com a Capivara chega a ser difícil, a fama é muito grande e a todo momento alguém quer garantir uma foto com o bicho mais famoso do Carnaval. Mesmo assim, o Lado B conseguiu uma entrevista com a dona de um dos maiores blocos de rua de Campo Grande para contar o que ela quer da vida e se as diferenças com a prima famosa, Senhora Rena, causam algum B.O familiar.

Para quem está por fora, os outros animais famosos de Campo Grande aparecem anualmente quando o Natal vem se aproximando. A história começou com o Senhor Rena que se casou com a Senhora Rena em 2022 e, para fechar o ciclo, em 2023 o casal já teve seu primeiro bebê.

Renas já se casaram com direito a fogos de artifício. (Foto: Divulgação)
Renas já se casaram com direito a fogos de artifício. (Foto: Divulgação)
Enquanto isso, a Capi garante que está feliz andando com o bloco. (Foto: Aletheya Alves)
Enquanto isso, a Capi garante que está feliz andando com o bloco. (Foto: Aletheya Alves)

Enquanto a família se formou um ano depois que o animal do Polo Norte imigrou para Mato Grosso do Sul, a queridinha nacional continua pulando Carnaval bem solteira desde 2020. Mas, como ela mesma diz, nunca sozinha.

“Eu? Sozinha? Meu amor, eu nunca tô sozinha. Eu ando sempre em bando, eu ando sempre em bloco. Sigo solteira [tenta cruzar os dedos, mas o formato da pata não ajuda muito], mas sozinha nunquinha, sempre em grupo e promovendo muitos matchs na Capital”, diz a Capivara.

Explicando sobre os “matchs”, momento em que duas pessoas são compatíveis em aplicativos de paquera, a Capi narra que virou até uma “Capivara Cupido”. Durante as festas de pré-Carnaval, ela criou um sistema para ver o povo tentando arrumar a tampa da panela na folia.

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Pessoal vira e mexe combina encontros no meu bloco e depois é aquela velha frase de um pensador contemporâneo, ‘depois de nove meses você vê o resultado’, brinca, orgulhosa.

Agora, contando sobre ela mesma, a Capivara quis se manter mais misteriosa, “afinal, um bom segredo rende muito assunto, vende mais jornal. Das siglas LGBTQIA+, eu sou CF ao quadrado, Capivara Foliona ao Quadrado”.

E, em relação ao lado mais tradicional da família, ela diz que nunca se sentiu tão bem.

“Eu me sinto bem, mais bem que bem-te-vi. Sou uma capivara poética, me chamem de Capivara Blasé Manoel de Barros. Mas assim, ó, eu me sinto a mais agitada da família, a mais energética, a com mais disposição Afinal, o Carnaval é isso: agitação, energia e disposição. E é ótimo ser a ovelha marrom da família”.

E, sem pretensão de casar, a Capi até brinca que tem vontade de viver um chá revelação. “Viver chá revelação de filhote? Quero-quero, gente, acabou de passar um passarinho quero-quero aqui. Olha, o futuro a Deus pertence. Por enquanto, eu tenho a responsabilidade de ser do meu povão”.

Continuando no assunto, ela ainda conta que está focada em gerar mais inclusão, levar amor, alegria, trocas, encontros e, é claro, folia. “Esse é o meu plano “a”, “a” de agora é hora de pular Carnaval”.

Conversar com a dona do bloco é até difícil com tanta fama. (Foto: Aletheya Alves)
Conversar com a dona do bloco é até difícil com tanta fama. (Foto: Aletheya Alves)

Para deixar o perfil da Capi mais aprofundado, a gente até tentou descobrir a data de nascimento da foliona, mas não teve jeito.

“Que indelicado, perguntando a idade do entrevistado, vou me abster. Me reservo o direito de permanecer calado. Sou de leão vegano com ascendente em aquário sem água. Tem um pouco de peixe-boi, escorpião sem veneno e gêmeos de pais diferentes”.

E, para completar sua história nada tradicional, ela faz questão de dizer que sua religião é diferente. “Como disse, minha religião é o Carnaval e o Carnaval é do mundo, é de todo mundo. É para todo mundo que está disposto a se divertir com responsabilidade: se beber, não dirija, não é não. Se cuidar na hora oba, o resto é confete e glitter ecológico e pular Carnaval, entrar na folia. Quero isso todo dia”.

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