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Comportamento

Em maio, 80% das mulheres que foram à polícia nunca tinham revelado violência

Cerca de 1 mil pessoas participam de caminhada que marca o início da Semana Estadual de Combate ao Feminicídio

Fernanda Palheta e Ronie Cruz | 01/06/2019 09:59
Manifestantes na primeira caminhada de combate a violência contra mulher no Parque dos Poderes (Foto: Kisie Ainoã)
Manifestantes na primeira caminhada de combate a violência contra mulher no Parque dos Poderes (Foto: Kisie Ainoã)

Em maio, 80% dos 398 boletins de ocorrência registrados em Mato Grosso do Sul por violência doméstica foram registrados por mulheres que nunca tinham feito uma denúncia. É o que revelou a titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Joilce Silveira Ramos, durante marcha que marca o início da Semana Estadual de Combate ao Feminicídio, na manhã deste sábado (1°), no Parque dos Poderes.

“Quase toda vez que a mulher faz o registro na delegacia é o primeiro boletim de ocorrência, mas nunca é a primeira vez que ela é agredida”, afirma a delegada. 

Segundo a delegada, campanhas de prevenção são ações importantes no combate a violência contra a mulher. “Toda vez que tem esse tipo de campanha, que se fala em violência doméstica as mulheres se fortalecem mais”. Ramos ainda ressalta que a Polícia Civil faz um trabalho de repressão, mas "é necessário fazer um trabalho preventivo como este”, completa.

A subsecretária Estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Luciana Azambuja, lembra que este é o primeiro ano, desde que a campanha foi instituída por lei, que é realizada a caminhada. Prevista para 8h, a concentração ainda acontecia por volta de 8h. Estimativa da Polícia Civil aponta que 1 mil pessoas se concentravam para a caminhada.

“Ações como esta são importantes porque a gente precisa conversar sobre isso. Percebemos uma diminuição da violência física e sexual e um aumento da violência moral e psicológica, isso dá uma pista de que as mulheres estão mais conscientes e estão denunciando”, afirma.

Azambuja reforça que é preciso “romper” esses relacionamentos abusivos. Entre janeiro e maio deste ano 16 mulheres mortas Mato Grosso do Sul. Só na Capital, três mulheres foram vítimas de feminicídio. “Não queremos mulheres morrendo mais”, completa.

Madrinha da Campanha, a modelo e atriz Luiza Brunet acredita ser importante Mato Grosso do Sul "startar" ações como essa. "Fiquei muito impactada com o vídeo que vai circular. Estou surpresa com a quantidade de homens hoje e essa aproximação é muito importante para trabalharmos juntos nessa campanha. Todo mundo em prol de uma causa que virou uma epidemia global", diz.

Já a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Carla Stephanini lembra que campanhas como esta dão visibilidade. “Nós precisamos acabar com a violência, essa é uma responsabilidade de nós”, reforça.

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