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Comportamento

Herança deixada por Jô Soares vai atender autistas de Campo Grande

Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande foi selecionada por ex-esposa do apresentador

Por Aletheya Alves | 12/09/2024 11:41
Jô Soares durante apresentação de seu programa. (Foto: Divulgação Globo/Zé Paulo Cardeal)
Jô Soares durante apresentação de seu programa. (Foto: Divulgação Globo/Zé Paulo Cardeal)

Campo Grande foi uma das quatro cidades escolhidas pela ex-esposa de Jô Soares, a diretora de arte Flávia Pedras, para receber parte da herança deixada pelo apresentador. Com seus 34 anos de serviços prestados na Capital, a AMA (Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande) já recebeu os valores. Ao Campo Grande News, a vice-presidente da associação, Flávia Caloni, explicou que o recurso deverá ser aplicado na ampliação da unidade já existente para melhorar o atendimento dos atuais beneficiários.

“Queremos adaptar a estrutura que já temos, ampliar para melhorarmos as terapias e darmos conforto para os atendidos de hoje”, resume Flávia. Localizada no Bairro Amambaí, a atual unidade atende 155 pessoas e, quando foi procurada inicialmente pela equipe de Pedras, o número era 135.

Contextualizando, o único filho de Jô Soares, Rafael, faleceu em 2014 após ser diagnosticado com um câncer no cérebro e tinha 50 anos. Rafinha, como era chamado pelo pai, era autista.

Já neste ano, a ex-esposa do apresentador (Jô, que faleceu em 2022) e mãe de Rafael contou que parte da herança havia sido deixada para ajudar instituições que atendessem pessoas diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Foi assim que, em meados de novembro de 2023, a AMA começou a receber alguns contatos sobre uma doação sem identificação.

Atividade realizada pela AMA com beneficiários. (Foto: Divulgação)
Atividade realizada pela AMA com beneficiários. (Foto: Divulgação)

“Nós passamos por várias etapas porque diversas associações foram procuradas. Passamos por videoconferências, enviamos vários documentos que foram solicitados e não sabíamos de quem era a herança. Só em abril deste ano, quando fomos selecionados, ficamos sabendo que era referente à herança do Jô”, descreve Flávia Caloni.

Em seus serviços prestados, a AMA é destinada às crianças, adolescentes e adultos para obter avaliações psiquiátricas, psicológicas e fonoaudiológicas, além de realizar atendimentos socioassistenciais também aos familiares.

A vice-presidente da instituição explica que um escritório de advocacia fez todo o contato e informou que o recurso partia de alguém que não havia deixado herdeiros. Apesar de estranhar o processo bastante sigiloso e com pedidos de vários contatos, a organização seguiu todo o caminho.

Flávia conta que o foco era apresentar a instituição por acreditar no trabalho feito e, no fim das contas, a surpresa foi grande ao ser informada sobre a fonte da doação. “Acredito que o que mais chamou atenção deles foi nossa lista de espera. Na época, a gente atendia 135 pessoas e nossa fila já estava em 700 que não podemos atender, tanto pelos recursos quanto pelo tamanho da associação”.

Além de Campo Grande, instituições de Rondônia, São Paulo e do Amazonas também foram selecionadas.

Sobre a AMA ter sido escolhida, a vice-presidente diz que a maior alegria foi pelo reconhecimento. E, por enquanto, o objetivo é adquirir um terreno ao lado da atual sede para ampliação da estrutura.

Para além da herança de Jô Soares

Sem vínculo com os recursos destinados pela herança de Jô Soares, a AMA está em processo de construção de uma nova sede. Com a segunda unidade, toda financiada através de emendas parlamentares e apoio do governo estadual, o objetivo é zerar a fila de espera.

Flávia conta que o terreno, com pouco mais de quatro mil metros quadrados, já foi adquirido no Jardim Antártica. “A nova unidade não tem vínculo com a herança, ela está com recurso garantido através de emendas parlamentares conquistadas pelo deputado Geraldo Resende. Além do terreno, já conseguimos também arquiteto, uma construtora, enfim, toda a equipe necessária”.

Segundo a vice-presidente, o espaço será um complexo composto com salas para atendimentos, piscina e parquinho.

“Já estamos com o projeto arquitetônico pronto, o próximo passo é o desenvolvimento do projeto elétrico, hidráulico, enfim, e aí sim vamos para a parte orçamentária até porque precisamos de todas as autorizações”. Para todo o processo, o valor é de R$ 6 milhões e a expectativa é de que em dois anos tudo esteja finalizado.

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