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Comportamento

José ainda guarda listas telefônicas que valiam “mais que carro 0 km”

José coleciona diversas listas telefônicas, que mostram como a forma de se comunicar mudou

Vanessa Ayala | 30/08/2021 06:59
Listas telefônicas de José Palhano. (Foto: Paulo Francis)
Listas telefônicas de José Palhano. (Foto: Paulo Francis)

Tem coisa que o tempo não apaga, principalmente, quando faz história, como o caso das listas telefônicas de José Palhano, de 63 anos. As relíquias são de 1957 a 1979 e fazem parte da vida dele e de muitas pessoas que as consultavam diariamente.

As páginas amareladas mostram como o tempo passou e que a vida mudou, antigamente, era muito mais difícil se comunicar "até porque, na época, uma linha telefônica custava o preço de um carro zero km", brinca José. “O preço de uma linha telefônica era em torno de 40 a 50 mil reais. Me recordo que o presente mais caro que eu ganhei quando me casei, foi a lista telefônica”, acrescenta.

Coleção de listas telefônicas de 1957 a 1979. (Foto: Paulo Francis)
Coleção de listas telefônicas de 1957 a 1979. (Foto: Paulo Francis)

Guardadas no baú, as listas telefônicas trazem muitas lembranças. “Meu pai era médico e essas listas foram encontradas a primeira vez que ele mudou de consultório médico, ele guardava, porque tinha algumas anotações, que ele poderia perder, e ele foi guardando, depois que ele faleceu, eu recuperei todas. De vez em quando, eu faço uma pesquisa, vendo algumas pessoas que a gente conheceu quando criança, comerciantes antigos, os amigos da família, ficou guardado e aí preservei”, afirma.

A última lista editada do estado de Mato Grosso que José possui foi em 1977, em 1979, já tinha acontecido a divisão do estado e nas listas, podiam ser encontrados números de pessoas e lugares até de São Paulo, segundo o colecionador.

José Palhano em entrevista para o Lado B. (Foto: Paulo Francis)
José Palhano em entrevista para o Lado B. (Foto: Paulo Francis)

José também guarda um telefone antigo que era do pai. Entre as recordações com as listas de cores amarelas, estão as viagens que a mãe fazia para visitar a avó. “Eu me recordo que quando minha mãe ia visitar minha avó, as ligações eram feitas com hora marcada. Meu pai pedia uma ligação e a telefonista avisava o horário para ficarmos de prontidão para conseguir falar, era um acontecimento”, recorda.

“Já quando fui fazer faculdade em São Paulo, não era mais desse jeito, tínhamos que se locomover até uma telefônica e conseguia ligação direta”, acrescenta.

Relíquia de 1957, quando o Estado ainda era Mato Grosso. (Foto: Paulo Francis)
Relíquia de 1957, quando o Estado ainda era Mato Grosso. (Foto: Paulo Francis)

Na era digital, as pessoas estão acostumadas a ter o contato com as outras na distância de segundos. “De 1990 pra cá, o acesso a comunicação e a evolução foram maiores em que todos os anos anteriores, e que bom”.

Mesmo assim, ele faz questão de guardar tudo como lembrança. “Hoje, estamos numa era maravilhosa, com toda facilidade, se você tem um filho fora, você consegue ter esse contato com ele através de fotos, áudio, videochamada, ficou tudo mais prático, temos esse contato permanente. Antigamente, você demorava dias pra conseguir notícia de uma pessoa, atualmente, tudo é instantâneo”, finaliza.

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