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Comportamento

Louise descobriu gravidez já no trabalho de parto com 35 semanas

Maitê nasceu com 49cm e 2,800kg na segunda-feira (22), e mesmo sendo prematura e vindo de surpresa, não precisou de UTI

Paula Maciulevicius Brasil | 27/06/2020 08:32
Maitê logo depois que chegou ao mundo, revelando uma gravidez de 35 semanas que ninguém sabia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maitê logo depois que chegou ao mundo, revelando uma gravidez de 35 semanas que ninguém sabia. (Foto: Arquivo Pessoal)

De surpresa mesmo, Maitê nasceu um dia depois que Louise descobriu que junto da infecção alimentar que ela estava, as dores sentidas também eram de trabalho de parto. Ano passado, a mãe havia "perdido" uma gestação logo no comecinho. "Fiquei bem abatida, mas não muito inconformada pela situação que eu estava passando naquele momento", conta a recepcionista Louise Lene Barros, de 25 anos.

A jovem chegou a fazer uma ultrassom que mostrou a "perda" do bebê, e não precisou fazer curetagem. A vida seguiu normalmente, inclusive com sangramentos todos os meses, atribuídos pela mãe como menstruação.

"Meu ciclo menstrual nunca foi o mais certo de todos, mas estava indo tudo bem comigo, até que eu comecei a menstruar demais. Passei até por um profissional que me indicou um medicamento para diminuir o fluxo", recorda.

Louise, a mãe, em foto na quarta-feira, cinco dias antes da filha nascer, já com 35 semanas de gravidez. (Foto: Arquivo Pessoal)
Louise, a mãe, em foto na quarta-feira, cinco dias antes da filha nascer, já com 35 semanas de gravidez. (Foto: Arquivo Pessoal)

Louise não via diferenças em si mesma, e na última foto tirada de corpo inteiro antes da ida à UPA, e posteriormente à maternidade, nem procurando a gente acha "barriga".

Uns dias antes da história de Maitê toda começar, a recepcionista comprou um x-bacon, lanche que ela já estava acostumada a comer. Na madrugada, sentiu o estômago pesado, e começaram os vômitos, diarreias e o que ela classifica como "a saga Maitê".

"Fui para o posto com uma infecção alimentar que me deixou três dias de cama passando muito mal, e fui encaminhada para fazer um exame ginecológico. Chegando lá... Descubro que estou grávida e estou correndo um grande risco de aborto".

O aborto surge pela segunda vez. "A história é muito confusa, eu sei", admite a mãe. Segundo Louise, ela teve um aborto espontâneo no início da gestação de Maitê. "Foi um aborto que na verdade não aconteceu. Logo após o médico me dizer que eu tive um aborto, fiz o exame para saber se precisaria ou não fazer a curetagem. Aí, como mostra a ultrassom, deu que não precisava, e graças a Deus, porque se não minha bebê não estaria aqui comigo hoje", relata.

Primeiro Louise foi até a UPA pela diarreia e vômito, e de lá o médico recomendou que ela passasse por um ginecologista de plantão na Cândido Mariano. A recepcionista ainda tentou ir para casa, mas não suportava as dores. "Fiquei 15 minutos em casa, porque eu só queria deitar. Tentei tomar um banho e não consegui, sentia o líquido quente escorrendo pelas pernas", descreve.

Maitê no colinho da mãe. Este é o primeiro registro das duas juntas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maitê no colinho da mãe. Este é o primeiro registro das duas juntas. (Foto: Arquivo Pessoal)

A mãe foi internada na Maternidade Cândido Mariano no dia 21 de junho, domingo passado, às 18h.

"E já fui recebida na triagem com os seguintes embargos: 'como você não sabia que estava grávida? Esse bebê não mexe, sua menstruação não atrasou? Olha, você não fez pré-natal, esse bebê tem menos de 1kg e nós estamos sem UTI neonatal provavelmente ele não sobreviverá'", recorda.

"Aquilo para mim foi a maior tortura, me culpei, chorei a madrugada inteira com a minha mãe no telefone me sentindo a pior pessoa do mundo", desabafa. Em meio às cólicas que ela pensava ser da infecção alimentar, foi um enfermeiro que explicou que aquilo já eram as contrações.

Na madrugada de domingo para segunda, os médicos conseguiram uma vaga na UTI para o bebê, que até então era tratado como "ele". A ultrassom não havia sido feita ainda, só mesmo na manhã do dia 22 que Louise descobriu estar de 35 semanas, e que a menina, ao contrário do que pensavam, pesava bem mais de 1kg.

"Fizemos uma ultra e descobri que meu pacotinho era uma menina de 49cm, com 2,800kg, mas que ainda sim era prematura", completa.

Com o pulmãozinho da bebê muito fraquinho ainda, Louise ficou tomando medicação, e já sentindo fortes contrações. "Minha filha não tinha ainda força pra sair, então insisti no parto cesárea, mas muitos enfermeiros e médicos me repreenderam para que eu não fizesse a cesárea, para que minha filha tentasse sair normal", descreve.

Exame de ultrassom não mostrou que gestação continuava. (Foto: Arquivo Pessoal)
Exame de ultrassom não mostrou que gestação continuava. (Foto: Arquivo Pessoal)

À noite, os médicos e enfermeiros entraram na sala avisando que a vez de Louise e Maitê tinha chegado.

"E eu sem reação questionei como assim? Não tomei anestesia, só remédio para induzirem o parto, porque a neném era pequenininha, e eu também não tinha força nenhuma... Foi Deus mesmo. Graças a Deus ela veio com muita saúde e muito amor para mudar a minha vida completamente".

Depois do nascimento, ela avisou a mãe, que correu atrás do enxoval, e o pai do bebê que foi conhecer a filha. O nome Maitê já era cogitado. "Eu e meu namorado sempre falávamos que se tivéssemos uma filha seria Maitê e se fosse menino, Rhavi, mas eu nunca desconfiei".

A ficha de que a maternidade havia chegado só caiu mesmo depois que Louise pegou a filha nos braços. "Vi que ela tava bem, que nada do que me disseram que ia acontecer com ela aconteceu. Que minha filha é realmente uma benção na minha vida, uma verdadeira vitória. Depois que ela me olhou eu não tive mais dúvidas do que era o amor de verdade".

Maitê nasceu no dia 22, segunda-feira, às 21h45, e não precisou de UTI. A família teve alta e já está em casa.

No colo da mãe, Maitê faz um soninho.
No colo da mãe, Maitê faz um soninho.
Maitê toda vestidinha para foto. (Foto: Arquivo Pessoal)
Maitê toda vestidinha para foto. (Foto: Arquivo Pessoal)


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