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Comportamento

Para João, foto com pai lembra longas noites de conversa que acabaram neste mês

O pai faleceu no início deste mês e deixou muita saudade

Eduardo Fregatto | 22/06/2017 07:22
João Paulo e João Pablino, no Natal de 1995. (Foto: Acervo Pessoal)
João Paulo e João Pablino, no Natal de 1995. (Foto: Acervo Pessoal)

A foto acima, registrada no Natal de 1995, sempre trouxe memórias felizes para o publicitário João Paulo Bernal, de 28 anos. Além das lembranças de um tempo bom, mais simples e muito alegre, a imagem também representa o afeto e amizade que manteve com o pai, o mestre de obras João Pablino Bernal. No início deste mês, João faleceu, aos 57 anos, devido a uma doença no coração, e agora o registro fotográfico se tornou ainda mais importante.

O #TBT de hoje conta esta história de pai e filho. João Paulo e João Pablino moravam juntos, só os dois, havia cerca de cinco anos. Tinham uma relação de companheirismo e cumplicidade. Todas as noites, depois dos longos dias de trabalho, sentavam juntos para conversar. "Eu contava tudo o que tinha acontecido no meu dia, e ele contava do dia dele também", relata o filho. "Nós trocavámos conselhos, assistíamos à televisão. Éramos muito próximos".

Nem sempre foi assim. Como todo adolescente, João Paulo teve uma fase rebelde, um pouco revoltada. Não dava o devido valor ao esforço do pai. Eles se afastaram. Há oito anos, veio a reaproximação. "Depois que completei 20 anos, eu comecei uma prática budista, comecei a entender melhor a vida. Parei de julgar o que ele não podia fazer [por mim], e agracer o que ele fazia. Descobri que ele era um superpai", conta João Paulo.

Agora, com a partida do melhor amigo, ele ainda se acostuma a uma nova rotina. "Ele gostava muito de comer. Se vou a algum restaurante, penso que preciso contar para ele o que estou comendo. Aí lembro que ele não está mais lá. Está difícil", diz.

O publicitário conta como desconhecia o preço de uma conta de água, ou de compras no mercado. "Percebi que ele fazia tudo por mim, o possível e o impossível". Durante seus estudos da prática budista, João descobriu a importância do amor filial. "O amor de pai para filho é natural, mas o de filho para o pai não é", ensina. Sabendo disso, passou a valorizar cada momento, cada gesto e atitude. "Passei a ter sempre comigo esse agradecimento a ele".

A foto de 1995, ele conta, foi tirada de maneira espontânea. "Era noite de Natal, meus pais ainda estavam juntos, a família reunida. Minha mãe tinha a mania de chegar e fotografar, sem avisar. Foi assim que aconteceu", recorda, com carinho.

Com saudades, e ainda aprendendo a lidar com a falta do melhor amigo e superpai, João diz que, ao menos, guarda apenas coisas boas no coração e na memória. "A gente tinha uma relação muito incrivel. Não guardo nenhum peso na consciência. Fiz o máximo que pude, pena que ele teve pouco tempo", finaliza.

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