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Comportamento

Paulo Gustavo esteve aqui e mudou sorriso de campo-grandenses

Em Campo Grande, pessoas lembram da passagem do ator com seu espetáculo e como sua arte transformou vidas

Thailla Torres | 05/05/2021 08:50
Guilherme Henri, jornalista que vive em Campo Grande, teve a sorte de ser fotografado ao lado do ídolo.
Guilherme Henri, jornalista que vive em Campo Grande, teve a sorte de ser fotografado ao lado do ídolo.

Nesta madrugada o médico Thales Bretas postou uma emocionante despedida para o ator Paulo Gustavo, seu marido, que faleceu vítima das complicações da covid-19 na noite de ontem. As palavras de um homem que perdeu o grande amor da sua vida emocionam, sensibilizam milhões. Nas últimas horas, desde o anúncio da morte do ator, não há um segundo na timeline das redes sem a imagem de Paulo, um dos maiores artistas da atualidade.

Enquanto esteve aqui Paulo Gustavo fez milhares de pessoas sorrirem, mas, ontem, pela primeira vez, fez seu público chorar, como lembrou padre Fábio de Mello. As lágrimas, sem dúvidas, são de pura saudade. Com isso, muitos publicaram fotografias e lembranças com o ator, provando que a covid que o tirou de cena, jamais o tirará da história.

Paulo Gustavo em apresentação em Campo Grande; Peça chegou a Capital graças ao produtor Pedro Silva.
Paulo Gustavo em apresentação em Campo Grande; Peça chegou a Capital graças ao produtor Pedro Silva.

Em Campo Grande, quem foi ao teatro ou teve a vida transformada por Paulo Gustavo resolveu manifestar o carinho nas redes sociais.

A professora de inglês Simone Chaia, 43 anos, lembrou quando o ator esteve aqui pela primeira vez com o espetáculo “Minha mãe é uma peça”, em março 2011. Quem o trouxe foi o produtor Pedro Silva e o show foi realizado no teatro Glauce Rocha.

“Foi totalmente obscura essa vinda dele. Ele estava começando a fazer sucesso. Eu o vi por acaso numa entrevista no Jô Soares e resolvi ir ao teatro porque o muito divertido”, conta a professora.

Paulo Gustavo e o marido Thalles vestindo a camisa de ONG campo-grandense.
Paulo Gustavo e o marido Thalles vestindo a camisa de ONG campo-grandense.

Simone, claro, lembrou muto de sua mãe durante a peça. “Ela faleceu em 2007 e é inevitável. A dona Hermínia tem um pouco da comédia e do drama de toda mãe. No fim da peça ele conversou com o público, tirou a peruca e comentou q a gente não sabia quem ele era, mas que talvez lembrasse dele do filme " O Divã", que ele fazia o cabelereiro de Lilia Cabral”.

Após a apresentação, Paulo Gustavo ainda respondeu perguntas do público sobre como escreveu a peça e “foi muito simpático”, enfatiza Simone.

O ator marcou a vida também da zootecnista Mariana Borges. “Eu sempre gostei do modo como ele nos faz rir, da maneira como era engraçado, simpático, sarcáctico, e conseguia fazer piada de assuntos tão delicados sem perder a leveza e o respeito. Isso fez com que eu e a minha mãe nos aproximássemos de assuntos tão importantes que ele levava para seus filmes”, desabafou.

O jornalista Guilherme Henri teve a sorte de abraçar Paulo Gustavo durante uma de suas apresentações. “Eu me considero bem humorado, espontâneo e sempre pronto para arrancar uma risada de alguém. Conheci Paulo Gustavo ainda na minha adolescência e vi nele essas características. Me espelhei muito na sua maneira de fazer humor até porque tínhamos uma coisa em comum: éramos gays e com mães bem peculiares”, conta.

Guilherme diz que amava quando comentavam que eles se pareciam no jeito de agir. “Era uma honra e foi daí que em meados de 2014 eu consegui ir até Curitiba assistir os dois maiores espetáculos dele no teatro: Minha Mãe é Uma Peça e 220 Volts. Nunca ri tanto em minha vida. Depois, claro eu fiquei ali pregado até conseguir tirar uma foto. Até hoje eu não sei descrever o que eu senti quando ele parou do meu lado, me cumprimentou e sorriu”.

Paulo Gustavo e o marido também foram apoiadores de uma das campanhas da ONG campo-grandense Fraternidade Sem Fronteiras, na tentativa de comover padrinhos e ajudar mais e mais crianças na África. O ator vestiu a camisa junto a Organização em 2016.

Despedida – O ator e humorista morreu aos 42 anos, na noite desta terça-feira (04). Ele estava internado desde o dia 13 de março no hospital Copa Star, em Copacabana, zonal sul do Rio de Janeiro, devido às complicações provocadas pela Covid-19.

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