Preocupado com esposa e bebê, motorista pede calma em aviso carinhoso
Helena não só chegou em casa com segurança como os pais viram solidariedade dos outros condutores no trajeto
"Tenha calma, minha mulher fez cesárea". Foi fazendo este pedido que Marcos e Lucilene deixaram a maternidade Cândido Mariano, nessa sexta-feira (28), rumo ao bairro Santo Antônio, em Campo Grande. Pais de segunda viagem, depois de viverem uma experiência não tão agradável devido ao asfalto das ruas da cidade 1 ano e 9 meses atrás, no nascimento de Júlia, eles decidiram que desta vez, a chegada de Helena em casa seria bem diferente.
O aviso grudado na traseira do veículo "desenha" para que todo mundo veja que ali está uma criança recém-nascida e, mais, uma mulher recém-parida. "É minha segunda cesárea, e eu sofri muito com o trajeto do hospital para casa no dia que tive alta devido aos buracos da rua. Então, meu marido ficou buscando uma maneira para que eu sofresse menos", explica a mãe, auxiliar administrativo, Lucilene Coronel Cândido, de 40 anos.
Um dia, olhando as redes sociais, Marcos encontrou a sugestão e logo decidiu que aquela seria a forma de pedir calma às pessoas no trânsito. "Fizemos ao nosso modo e, parece que deu certo. Sofri bem menos", diz ela.
O percurso durou 18 minutos indo pela Afonso Pena e Duque de Caxias. O trajeto foi escolhido premeditadamente por serem vias de trânsito rápido e estão com asfalto melhor. "Eu percebi que as pessoas se sensibilizaram mais. Da forma que o mundo está vivendo hoje, com pouca tolerância, pouca compaixão pelo próximo", reflete o pai, servidor público, Marcos dos Santos Cândido, de 40 anos.
Em determinado momento do caminho, uma fila de carros se formou atrás da família e em nenhum momento alguém buzinou ou tentou apressar. "Achei isso muito bacana da parte dos motoristas, essa era a minha ideia. Da outra vez minha esposa machucou bastante e eu me senti culpado por aquilo, queria fazer alguma coisa", explica.
Além do recado, eles também ocuparam a faixa do meio, no intuito de que os condutores de todas as filas pudessem enxergar. "Tem uma mãe que acabou de passar por uma cirurgia, o corte é grande, não é simples", descreve Marcos.
Desde a saída da maternidade até a chegada de casa, a empatia imperou no trânsito para receber Helena. Muita gente filmou e fotografou, assim chegou a foto da placa até o Lado B. "Baixavam o vidro e falavam parabéns. Na maternidade um pai falou que ia fazer isso também. Quero que seja um gesto que se multiplique e venha trazer mais harmonia. Fiquei muito feliz, porque minha filha já chegou trazendo algo positivo assim".
Júlia e Helena tem 1 ano e 9 meses de diferença e uma vida inteira de cumplicidade pela frente.
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