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Comportamento

Quase ninguém sabe, mas igreja em MS guarda pedaço de pele do santo casamenteiro

Tecido da face de Antônio de Pádua fica em relicário no santuário que leva o nome do santo, a 25 km da Capital

Anahi Zurutuza | 09/06/2023 06:39
Padre Roberto exibe o ostensório onde está um pedaço da pele do rosto de Santo Antônio de Pádua. (Foto: Divulgação)
Padre Roberto exibe o ostensório onde está um pedaço da pele do rosto de Santo Antônio de Pádua. (Foto: Divulgação)

Que Santo Antônio de Pádua é conhecido como casamenteiro, responsável por reunir católicos nas quermesses, missas e procissões durante o mês de junho e ainda homenageado nos “arraiás” por aí, quase todo mundo sabe. O que nem alguns devotos do santo sabem é que igreja em Mato Grosso do Sul guarda há 23 anos um verdadeiro tesouro para os fiéis.

Protegido num ostensório, no altar do Santuário de Santo Antônio, em Terenos – cidade a 25 km de Campo Grande –, está um pequeno pedaço da pele do rosto do homem santo, que fez história em Pádua, na Itália. A parte do corpo de um santo, para os católicos, é considerada uma relíquia de primeiro grau. De segundo grau são pedaços de vestes e de terceiro grau, algum objeto que o santo tenha tocado.

“Terenos possui a mais forte de todas as relíquias e isso faz com que a cidade tenha uma conexão muito intensa com Santo Antônio”, afirma o Padre Roberto Gomes, pároco do santuário.

Registro da doação da relíquia para a comunidade católica de Terenosl, em 2000. (Foto: Divulgação) 
Registro da doação da relíquia para a comunidade católica de Terenosl, em 2000. (Foto: Divulgação)

Elcio Soares, de 42 anos, ex-catequista e membro da comunidade católica em Terenos, conta que a relíquia pertencia ao padre Luciano Scampini, já falecido, desde 1995, e em 13 de junho de 2000, quando a paróquia foi elevada a santuário, o sacerdote decidiu fazer a doação para a igreja. Por muitos anos, também foi o padre Scampini quem organizou “cicloromarias” de Campo Grade para Terenos, para atrair os devotos de Santo Antônio.

De acordo com Elcio, após a morte do pároco, apenas trezenas – 13 dias de orações – continuaram a ser feitas para Santo Antônio, mas que este ano, a cidade de aproximadamente 22 mil habitantes terá a primeira festa em homenagem ao santo, que além de padroeiro da Capital também é o protetor de Terenos. “A Festa de Santo Antônio entrou para o calendário municipal. Vai ter todo ano”.

Pedaço da pele do rosto do santo fica em relicário dourado. (Foto: Divulgação)
Pedaço da pele do rosto do santo fica em relicário dourado. (Foto: Divulgação)

Festa - Em parceria com a Prefeitura de Terenos, o Santuário de Santo Antônio de Pádua realizará a festa nos dias 11, 12 e 13 de junho. O principal objetivo do evento, além de propagar a fé no santo, é arrecadar fundos para a construção de uma nova igreja. O projeto prevê espaço para missas com até 400 fiéis.

No dia 11, haverá apresentações culturais e show de forró com a Banda Flor de Pequi. No dia 12, Dia dos Namorados, o show com o cantor Edson Canela e Banda. Já no dia 13, Dia de Santo Antônio, haverá carreata, seguida de missa campal e show católico com a dupla de Curitiba, Álvaro e Daniel, que toca gospel em ritmo sertanejo.

A 1ª Festa de Santo Antônio de Terenos será na praça central da cidade. “Convidamos todos para essa celebração de alegria, tradição e fé. Estaremos esperando visitantes de todo o Estado para prestigiar a festa do nosso padroeiro”, afirma o padre Roberto.

Santo Antônio na verdade era português e se chamava Fernando, diz a história. No entanto, ele abandonou toda a vida que levava, inclusive o nome, para seguir a igreja e se tornar sacerdote. Para Elcio, a devoção ao santo vem deste exemplo. “Já peguei três alianças no bolo e não casei”, ri. O devoto afirma que se espelha no homem que Antônio foi. “É meu exemplo de servir a igreja, porque ele largou tudo e foi servir a Deus”.

Documento que comprova a doação para o santuário e raridade da relíquia. (Foto: Divulgação)
Documento que comprova a doação para o santuário e raridade da relíquia. (Foto: Divulgação)


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