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Comportamento

Raridade em Campo Grande, Wânia desenha o que é difícil entender na política

Thailla Torres | 09/07/2017 09:09
Wania faz um trabalho minucioso com desenhos para o público compreender o assunto com facilidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Wania faz um trabalho minucioso com desenhos para o público compreender o assunto com facilidade. (Foto: Marcos Ermínio)

Wania tem uma profissão bem diferente. Desenvolve um trabalho minucioso, cheio de detalhes, mas onde a simetria é que menos importa.  Há seis anos, ela se dedica à facilitação gráfica, uma ferramenta para que pessoas compreendam determinado assunto a partir do registro visual. Traduzindo: ela desenha o que é difícil de entender quando fica só na base do discurso. O recurso vem sendo usado em palestras, audiências, salas de aula e até na Câmara Municipal. Foi uma técnica criada para facilitar as coisas para pessoas com alguma deficiência, mas tem sido válida para todos.

Wania Moreira Borges tem 31 anos e começou a pesquisar o ofício na faculdade de Artes Visuais. "O trabalho existe há muitos anos e e meu cunhado teve contato com a metodologia quando morou em São paulo, onde percebeu que era comum. Eu estava na época procurando assunto para fazer minha monografia e achei interessante estudar sobre o assunto".

O trabalho dela é transmitir um conteúdo mais burocrático de forma lúdica, para que fique agradável as pessoas. "Independente do lugar ou assunto, quando elas forem buscar conhecimento sobre determinado assunto, ao olhar o painel isso fica mais fácil".

Wania é formada em Artes Visuais pela UFMS. (Foto: Marcos Ermínio)
Wania é formada em Artes Visuais pela UFMS. (Foto: Marcos Ermínio)

Durante audiência da Câmara Municipal de Campo Grande, na semana passada, Wânia foi convidada para facilitar as discutições no Legislativo. Minuciosamente ela desenhou da abertura solene até a fala de cada um dos vereadores.

"O importante não é ficar bonito, mas transmitir a mensagem do que está acontecendo naquele momento. Na escola isso também tem sido muito bacana para ajudar no aprendizado. Em paletras, além de pessoas com deficiência auditiva, quem chega atrasado no evento consegue compreender com facilidade quando olha o quadro", explica.

Os desenhos são simples, mas é preciso paciência e concentração para chegar ao resultado esperado. Wania destaca que não é ilustradora, mas sempre gostou de desenhar e a profissão foi uma oportunidade para criar longe dos padrões.

"Não queremos impressionar pela arte e sim pela informação. Enquanto um palestrante fala o conteúdo, o facilitador gráfico transmite de forma visual e lúdica. Quem está na plateia escuta e absorve o assunto. É mais uma base para levar informação para casa". 

Veja os detalhes de cada desenho. (Foto: Marcos Ermínio)
Veja os detalhes de cada desenho. (Foto: Marcos Ermínio)

Na primeira vez que realizou o trabalho, Wania colocou em prática na cartolina e de graça. Hoje o tamanho dos quadros variam de evento e quantidade de assuntos. Por isso ela reforça que é preciso concentração e entendimento sobre o conteúdo na hora de dar início ao trabalho.

"Não é algo tão fácil como aparenta. Tem gente que pensa: é só desenhar. Mas ficamos até um dia inteiro fazendo desenhos dependendo do tempo de palestra, audiência ou aula", exemplifica.

Hoje a disponibilidade com facilitadora é cobrada e custa R$ 100,00 a hora de trabalho. "Apesar de não me apegar tanto a estética faço de tudo para que os desenhos fiquem ainda mais bonitos. A hora de trabalho inclui materiais e caso o palestrante preferir, posso fazer tudo digitalizado e isso pode ser enviado para qualquer pessoa", explica.

A facilitação gráfica ainda não é regulamentada, por isso, Wania se considera também uma empreendedor. "A facilitação é um desafio e uma inovação nos dias atuais. Isso mostra o quanto a arte pode ser parceira com outras áreas profissionais", reforça.

Quem tiver interesse em contratar os serviços de Wania, o contato é pelo telefone (67) 99261-6231 ou no email: waniamborges@hotmail.com

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