Viajar para dormir: a moda agora é fugir para descansar em chalés
Em MS, turistas que querem apenas contemplação, descanso e um bom sono estão mostrando novos comportamentos
Já ouviu falar no turismo do sono? Essa é a nova tendência mundial e os resultados já estão sendo vistos em Mato Grosso do Sul. Em resumo, ao invés dos viajantes decidirem aproveitar cada minuto fazendo de tudo, o foco é fugir da correria para descansar em lugares confortáveis e relaxantes.
Com vários atrativos voltados para a natureza, já é costume ver visitantes querendo mergulhar, viver aventuras e aproveitar as trilhas espalhadas pelo Estado. Mas alguns indícios que vêm sendo desenvolvidos há algum tempo mostram esse caminho do descanso.
Exemplo disso é a quantidade de cabanas e chalés que vêm sendo construídos em meio à natureza ao invés de hospedagens mais padronizadas e simples. Nos últimos anos, Camisão, distrito de Aquidauana, se tornou um foco desse tipo de espaço que foge do que era comum no passado.
Presidente da Aecopaxi (Associação dos Empreendimentos do Corredor Paxixi), Mirian Aveiro conta que além dos proprietários investirem cada vez mais no conforto das hospedagens, a presença dos visitantes do descanso e do sono vem crescendo.
Temos presenciado esse aumento de visitantes que não se predispõem à trilha, nem nada disso. Eles querem contemplação e descanso, às vezes até pedem quartos mais afastados e que não haja incômodos”, descreve Mirian.
Procurando por viajantes que se encaixam no perfil, Mirian cita um casal que chegou a pedir silêncio total na hospedagem. Durante a estadia, usaram os espaços para pintura em tela, contemplação do rio e para dormir.
“Estamos acolhendo esses turistas com momentos de reflexões internas, descansos e estamos descobrindo os novos comportamentos do público presente em Camisão”, completa Mirian.
Olhando para a questão das construções e a forma com que elas vêm se desenvolvendo, a combinação entre natureza e descanso faz todo sentido, de acordo com o arquiteto e urbanista Eduardo Melo.
Ao seu olhar, pensar que a humanidade surgiu entre a natureza, procurou abrigo nas cavernas, começou a desenvolver sua própria casa e criou técnicas de construção na base. Tudo foi mudando, mas o contato com a natureza nunca foi perdido.
Mesmo habitando grandes arranha-céus, morando nos grandes centros, precisa de tempos em tempos se reconectar ao que lhe deu origem, tendo contato com a água dos rios, do mar, com o cheiro das matas, o frescor da brisa de uma chuva calma e tranquila e com o canto dos pássaros", defende Eduardo.
Pensando a arquitetura e a decoração
Na arquitetura e no design de interiores, se sabe que a base dos projetos é a busca incessante do conforto em união à estética, além da percepção física e psicológica de quem irá usar o ambiente. Isso é o que descreve Eduardo.
“Para o sucesso do projeto, o designer deve levar em consideração alguns elementos primordiais como: a temperatura, a iluminação, a acústica, os materiais, o mobiliário e as cores. Todos associados ao planejamento da setorização do ambiente e um olhar atento ao cliente para entender o que é necessário para o conforto dele”.
Sobre as estruturas de descanso, Eduardo explica que os projetos para habitações e para hotéis/espaços de descanso devem ser diferentes. Mas isso não significa que os elementos básicos destoem tanto.
No caso dos espaços específicos para hospedagem e relaxamento, o arquiteto pontua que outros aspectos são primordiais e devem ser inseridos, como é o caso dos elementos naturais.
Pensando na prática, é possível usar elementos construtivos e/ou decorativos, como é o caso do uso da água como algo relaxante ou exploração dos sentidos. “O projeto deverá induzir o indivíduo a uma imersão ao relaxamento sem que ele perceba, de forma simples, confortável, conforme o que se propõe”.
Cabanas e chalés tomando conta
Há alguns anos, o Lado B vem compartilhando a crescente presença de cabanas e chalés que focam no conforto em Mato Grosso do Sul. Essa ‘moda’ contempla tanto interior do Estado quanto Campo Grande.
Exemplos mais recentes são o domo geodésico, em que há basicamente o espaço para descanso e observação da natureza, assim como o Pachamama Cabana no Morro do Paxixi.
Já em Campo Grande, há um bom exemplo construído no Parque dos Poderes e mostra na prática que os espaços não precisam de atrativos que vão além do descanso.
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