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Consumo

Após dar à luz, fotógrafa desmitifica parto humanizado em cliques emocionantes

Paula Maciulevicius | 10/07/2015 07:50
Através das fotos, ativista quer desmitificar o parto, mostrando a alegria que é parir. (Foto: Luana Chadid)
Através das fotos, ativista quer desmitificar o parto, mostrando a alegria que é parir. (Foto: Luana Chadid)

Depois de trazer Céu ao mundo, no parto humanizado, a Luana mãe, ativista da causa, viu na fotografia a forma de continuar vivendo as contrações e a alegria do momento de dar à luz. Desde fevereiro deste ano ela repassa as cenas do próprio parto em cada clique. O resultado é a desmitificação do parto humanizado no sorriso de cada mãe.

"Sempre fui muito admiradora do trabalho das pessoas e sempre gostei de fotografar. Do meu olhar", conta a, agora fotógrafa, Luana Chadid, de 24 anos. De quebra, ela ainda passou a conciliar os partos com a criação da filha, Céu. "Eu acredito muito na criação com apego, então eu queria uma profissão que eu pudesse ficar com ela", completa Luana. 

O marido deu todo incentivo para que ela investisse na compra do equipamento e ainda fizesse os cursos. O primeiro trabalho foi através da doula Fabrina. "Era a realização de um sonho, de assistir a um parto que não fosse o meu. Ela me chamou para fotografar, fiz três partos voluntários e foi revelador. Eu descobri que quero passar o resto da vida fazendo isso", descreve.

Em preto e branco, o apoio do pai (Foto: Luana Chadid)
Em preto e branco, o apoio do pai (Foto: Luana Chadid)
e da doula ficam registrados. (Foto: Luana Chadid)
e da doula ficam registrados. (Foto: Luana Chadid)
Na banheira, até as dores ganham outro significado. (Foto: Luana Chadid)
Na banheira, até as dores ganham outro significado. (Foto: Luana Chadid)
E quando o bebê vem ao encontro da mãe, está aí momento emocionante. (Foto: Luana Chadid)
E quando o bebê vem ao encontro da mãe, está aí momento emocionante. (Foto: Luana Chadid)

A emoção dela como mulher, que já passou pelas mesmas dores, e a de mãe são transmitidas na fotografia. E mais ainda, com o respeito e a consideração à mulher. Por já ter estado naquela situação, a fotógrafa não se intromete, nem com palavras e nem com proximidade. É um momento da mulher.

"É maravilhoso, mágico. Eu me emociono muito", detalha Luana. Até nascer o primeiro "cliente", Luana ficou sem dormir. "Eu sentia aquelas borboletas no estômago, um frio na barriga. Estourou a bolsa às 8h da noite, eu fiquei esperando e a doula falou que era melhor eu ir à maternidade só quando tivesse engrenando. Fiquei até 2h da manhã sem dormir, esperando", conta.

O interessante da fotografia de parto, em especial do humanizado, bandeira que Luana defende, é a criação de laços de amizade com as gestantes. "Essa mãe mesmo, ela que foi me avisando 'olha estou indo para a maternidade', 'as contrações estão doloridas'", lembra.

Fotógrafa também acompanha os mimos dados à mãe. (Foto: Luana Chadid)
Fotógrafa também acompanha os mimos dados à mãe. (Foto: Luana Chadid)

Às 5 da manhã do dia seguinte, Luana chegou à maternidade, a mãe já ia parir. "Em menos de 2h que eu cheguei, Cora nasceu. Eu não aguentei, não segurei, chorei muito. Tem a questão profissional, mas é impossível controlar um momento tão lindo", conta.

Fotografar partos se resumem a dois grandes momentos, a hora do expulsivo, quando começam as forças é, profissionalmente a mais importante. "Sempre a luz está escura no local, então você precisa ter uma atenção redobrada, porque qualquer movimento pode estragar a foto. Mas para mim, o mais emocionante é quando a mãe pega o bebê no colo, é quando eu lembro do meu parto", narra.

O momento de intimidade, em que mãe e filho choram se conhecendo, o primeiro toque, o primeiro beijo, o abrir de olhos, dos dois para um novo mundo. As cenas não passam em branco e é o que Luana imprime nas fotografias.

"A gente revive isso em cada foto. Aquele momento do parto, que muita gente pensa que é assustador, de muita dor, trauma, ele não é. Para mim, eu queria viver esse momento todo dia. Quando eu fotografo partos, é como se eu tivesse parindo junto", diz Luana.

Reservada, trabalho de fotógrafa é estar perto, mas respeitando a privacidade do momento. (Foto: Luana Chadid)
Reservada, trabalho de fotógrafa é estar perto, mas respeitando a privacidade do momento. (Foto: Luana Chadid)

As famílias registradas até agora foram as de mulheres que queriam parir. "Elas desejavam esse momento de estar com o bebê, do pai cortando o cordão umbilical. E eu consegui passar a felicidade delas através das fotos". As palavras saem em tom satisfatório da boca de Luana, como quem se realiza a cada parto.

As cenas servem, segundo a fotógrafa, para desmitificar a questão do sofrimento, do trauma, da dor, da falta de humanização. "Quero passar, através das fotos, que a humanização existe, o parto é lindo, é uma coisa gostosa de se ver e uma experiência incrível que só a mulher pode passar por isso".

Para acompanhar o trabalho da Luana, acesse a Fan Page Luana Chadid Fotografia.

(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
(Foto: Luana Chadid)
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