Cerimônia inspirada em Londres mostra um pouco da história de amor dos noivos
De cartola, bengala e um fraque devidamente alinhado, Fabrízio parece ter saído de um livro britânico do século 19 com o único intuito de encontrar Raquel. A inspiração londrina para a cerimônia de casamento do casal surgiu da história de amor dos dois, que começou na adolescência em Campo Grande, mas só foi se desenrolar muitos anos e quilômetros depois.
O administrador Fabrízio Perciany Conrado, 36 anos, mora há nove anos em Londres, mas conta que apesar do envolvimento com a cidade a ideia de colocar elementos que remetessem à cultura europeia foi da noiva. “Ela que sugeriu que a gente fizesse o casamento nesse estilo. A cartola e o fraque são trajes tradicionais britânicos para festas durante o dia. As madrinhas usaram chapeuzinhos tipo fascinators, também uma tradição britânica”, afirma.
A cerimônia aconteceu na Casa Park Home Retrô, no Parque dos Poderes, e a ideia era aproveitar a natureza como pano de fundo também. “O lugar escolhido para a cerimônia reflete um pouco da exuberância do nosso cerrado, com árvores e plantas nativas, por isso brincamos que unimos Londres ao Cerrado. A decoração do casamento contou com uma linda mesa de chás, trazidos direto de Londres”, explica a advogada Raquel Alves Souza Fernandes Conrado, 32 anos.
Para terminar a sintonia entre os dois países, os familiares e amigos de Campo Grande se juntaram aos companheiros de vida de Fabrízio, que desembarcaram direto do velho continente. “Vieram cerca de 10 amigos que vivem em Londres, desde ingleses, indianos, franceses e mexicanos. Eles tiveram a oportunidade de conhecer Bonito e voltaram encantados”, diz a noiva.
Raquel conheceu o lado “britânico” de Fabrízio durante os três meses que ficou com o noivo em Londres. “Ela veio para cá no ano passado me visitar duas vezes e esse ano para morar comigo até a véspera do casamento. Nesse tempo ela conheceu mais sobre o meu lado inglês”, explica.
Esse namoro de idas e vindas no aeroporto começou em agosto de 2014, quando Fabrízio fez uma viagem anual para o Brasil, passar o aniversário com a família. Aqui, ele reencontrou a vizinha Raquel, que ele conhecia desde os 16 anos. “Fiquei 15 dias e a gente já começou a namorar. Ela veio em setembro me visitar e depois em dezembro e janeiro, quando a pedi em casamento. Fui para o Brasil em março e ela veio em abril para morar comigo até final de julho, quando voltou para o casamento”, relembra.
A forma rápida como as coisas aconteceram nunca assustou os dois. “Eu tinha 12 anos e ele tinha 16. Quando o reencontrei no ano passado, aos 31 anos, foi como se tudo o que vivi até então passasse a fazer sentido. Como se Deus tivesse me preparado para o reencontrá-lo com mais maturidade e mais sabedoria. Eu cheguei a duvidar disso por alguns momentos, antes de reencontrá-lo”, afirma Raquel.
Fabrízio diz que mesmo com o pouco tempo de namoro sempre existiu uma troca de olhares entre os dois. “Nós conhecemos desde 1996. Quando eu via ela em Campo Grande eu pensava 'com essa menina eu casava', mas não sabia porque, era uma coisa que eu sentia comigo. Inclusive eu achava que ela era diferente e que a gente não iria dar certo. Mas, a verdade a gente é muito parecido, principalmente em termos de valores pessoais.
Já em Londres, Fabrízio conta os dias para reencontrar a mulher, que se muda de vez para Londres em outubro. “Se tem alguma lição a se tirar é espere até você ter a certeza de que você quer estar com aquela pessoa”, acredita.