Com a roda de tereré abominada na pandemia, venda de acessórios subiu
Hoje é celebrado dia do tereré e o Lado B também quer saber se você abriu mão das rodinhas para tomar tereré sozinho na pandemia
Assim como as aglomerações pela cidade se tornaram detestáveis na pandemia – e com razão – as famosas rodinhas de tereré entraram nesse combo e se tornaram abomináveis. No início da pandemia até questionamos os leitores se eles abandonaram as rodas levando em consideração os riscos da covid-19. Boa parte disse que sim e jurou que só divide a bomba com os íntimos, o que não elimina os riscos de contágio.
Mas para quem vende, a covid-19 acendeu um alerta nos apaixonados por tereré e isso refletiu, de maneira lucrativa, nas lojas especializadas. Enquanto alguns enfrentaram o maior perrengue no comércio, quem vive do tereré viu as vendas aumentarem.
“Muita gente passou a comprar pelo menos bomba e copo separado. Alguns ainda bebem na mesma roda, mas cada um com seu copinho”, explica Antonio dos Anjos Branco Filho, de 47 anos, proprietário de uma loja na Avenida Mato Grosso.
Ele é construtor, mas viu na venda de ervas e acessórios uma nova fonte de renda há cinco anos. Hoje vende de garrafas a ervas modelo premium e se diz um apaixonado pela bebida. “Eu brinco que desmamei com o tereré. E tomo todos os dias no trabalho ou em casa”.
No inicio da pandemia Hugo Alves de Araujo levou um susto, ele tinha recém-aberto a loja especializada em tereré no bairro Monte Castelo e temeu pela queda nas vendas. Mas bastaram os avisos da covid-19 surgirem para os clientes pipocarem à procura de ervas e acessórios, inclusive empresas onde o tereré é permitido. “Tem empresa que adquiriu kits personalizados com bomba e copo para nenhum funcionário dividir”, conta.
Antonio acredita que as vendas aumentaram principalmente por causa do home office. “Em casa as pessoas estão mais relaxadas e tem a liberdade de tomar a bebida, ela também ajuda a dar mais disposição para alguns, acho que tudo isso favoreceu”.
Dia Nacional do Tereré – A bebida que é tradicional em Mato Grosso do Sul, considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade e símbolo do Paraguai, país vizinho, tem dia de comemoração. Hoje, último sábado de fevereiro, a bebida é festejada especialmente no Paraguai.
O tereré que é fundamental no país vizinho é também importante na vida do empresário Otávio Pazim, de 22 anos, que nesta pandemia abriu mão das rodinhas e passou a tomar tereré sozinho. Além disso, ele passou a investir em ervas melhores para garantir o sabor amargo por mais tempo.
“Pra mim é muito bom. Na nossa empresa cada um tem seu copinho e agora como estou em home office, eu tomo o tereré o dia todo”. Ele não sabia da data comemorativa, mas ontem estava em uma das lojas da cidade adquirindo uma erva nova para experimentar e aproveitar o fim de semana tomando um bom tereré gelado.
Como é forte o vinculo do sul-mato-grossense com o terére. O Lado B quer saber mais uma vez, você abriu mão das rodinhas nessa pandemia? Responda a enquete abaixo. Ela também está disponível na capa do Campo Grande News.