Painéis para produzir energia criam “miniusina” doméstica e barateiam conta
Você sabia que é possível produzir energia elétrica e deixar de pagar ou reduzir aquela conta “salgada” de todos os meses? A medida é prevista na resolução 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em vigor desde o fim do ano passado, que regulamentou a chamada microgeração de energia elétrica.
O resolução permite que o consumidor, residencial ou comercial, produza a própria eletricidade por meio de painéis solares e consiga uma compensação por parte da distribuidora ou concessionária de energia. Os equipamentos produzem eletricidade durante o dia, devolvem para a rede e no fim do mês o consumidor recebe créditos, abatidos da conta.
O advogado José Rizkallah Júnior investiu na tecnologia de geração por meio dos painéis fotovoltaicos para o escritório. Aproveitando o clima de Mato Grosso do Sul ele vai conseguir produzir 100% da energia consumida no prédio comercial. O custo foi de R$ 18 mil e a vida útil do sistema é de 25 anos.
“Campo Grande é bom para isso porque todos os meses do ano têm sol, não vai ter período longo sem produção de energia”, comentou. Para auxiliar no processo de economia, ele resolveu também substituir as lâmpadas do escritório pelo modelo LED.
As placas de criação de energia são diferentes das utilizadas para o aquecimento de água, como explica Hewerton Martins, diretor comercial da Solar Energy. A empresa é a primeira no Estado no fornecimento da tecnologia.
Para criar a “miniusina” é preciso instalar um painel que absorve a luz solar e um inversor, equipamento que transforma esse tipo de energia e eletricidade. Este último é fabricado em MS e uma parceria com uma empresa chinesa vai possibilitar a fabricação do painel também aqui.
A empresa desenvolve o projeto técnico, faz a instalação e os trâmites necessários junto a Enersul. A concessionária troca o medidor, que é substituído por um bidirecional, que tanto recebe quanto envia energia.
“Não há nenhuma mudança na instalação elétrica do imóvel”, explica Hewerton. A partir do momento em que consumidor passa a gerar energia, caso haja excedente, ele fica com um crédito com a empresa de distribuição.
Ele conta que os benefícios vão desde a economia até o meio ambiente. “A casa fica sustentável, paga menos na conta de energia e os impostos e taxas, como a iluminação pública também diminuem”, disse o diretor.
Os painéis também abrem a possibilidade da produção de energia em empreendimentos maiores, para a geração de energia em grandes áreas.
Um exemplo é uma empresa da Capital onde o estacionamento foi coberto com 77 metros quadrados do equipamento, que poderá produzir até R$ 1 mil em energia, com o investimento de R$ 88 mil, que serão quitados em sete anos. Valor que pode ser pago em até 36 meses com linha de crédito.
Outra situação em que a tecnologia é usada é no projeto do Museu do Amanhã, que ficará no Rio de Janeiro (RJ), e será coberto com placas que vão gerar a eletricidade necessária para o prédio.