Promoção leva multidão para porta de loja em fila que começou na madrugada
Teve gente que não esperou nem o dia amanhecer e chegou às 4h20 para aproveitar; loja teve que abrir mais cedo
Promoção. Basta que essa palavra seja dita e pronto, surgem várias pessoas querendo aproveitar os baixos preços, geralmente para liquidar estoque de varejistas. E é justamente por isso que várias pessoas se aglomeram em frente à porta de uma loja de roupas na rua 14 de Julho, nesta manhã de sábado (9), no Centro de Campo Grande.
A loja fica próximo a unidade da Funsat (Fundação Social do Trabalho) e a fila de pessoas, formada em maioria por mulheres que querem entrar e aproveitar os baixos preços que variam de R$ 10 a R$ 80, chegou a mais de uma quadra de comprimento.
"Não vai ter para todo mundo. Nem adiantar alguém ver a matéria e vir aqui", comenta a dona da loja à reportagem do Campo Grande News, que foi ao local após receber fotos da aglomeração de pessoas em frente ao local. Exceto o não distanciamento entre os clientes na fila, tudo ocorreu sem problemas de maior relevância.
A fila começou cedo, antes mesmo do amanhecer, e teve gente chegando às 4h20, como é o caso da estudante e blogueira de 16 anos, Rayssa de Souza Marques. "Fui a primeira a chegar, às 4h20. Fiquei sabendo da promoção essa semana, conversei com minhas primas, vi o que queria e vim focada", comenta a jovem.
Ela, acompanhada de sua madrinha e primas, conta que gastou R$ 400, comprando diversas calças jeans e cropped. "Valeu muito a pena. Se não fosse na promoção eu gastaria mais de R$ 1 mil", frisa, completando. "Não pode experimentar. Entra pouca gente ao mesmo tempo, tem álcool na entrada, tudo isso".
Outra que chegou cedo foi a pedagoga Karol Gomes, de 27 anos. A reportagem chegou por volta das 8h10 no local e já a encontrou na fila. "Cheguei às 6h30. Vi nas redes sociais e não tenho ideia do que comprar. Só vou descobrir quando entrar mesmo, e também saber se está valendo a pena também", opina, dando sequência.
"Está tendo aglomeração, né? Olha o tanto de gente aqui na fila. Mas a gente fica mesmo assim, com máscara, tem álcool em gel lá dentro. Eu trouxe o meu também", explica a pedagoga, enquanto a fila crescia cada vez mais, ficando com cerca de 300 pessoas.
Lidia Pereira da Silva, de 20 anos, é babá mesmo chegando mais tarde, às 8h não se intimidou com tamanha fila. Ela também descobriu a promoção acompanhando as redes sociais. "Vim ver se tem coisa boa. Quero comprar short de alfaiataria e vestidos. Não tenho pressa e hoje estou de folga. Vou esperar", destaca.
Revenda - Mas nem só de consumidores finais foi formada a fila. Ali também estava quem buscava comprar roupas mais baratas para depois revende-las. Quem explica isso é o jornalista Marcos Tenório, de 31 anos, e que guardava vaga para uma amiga desde às 5h40.
"Quando cheguei já tinham umas 40 pessoas na fila e guardei vaga para essa amiga, que só chegou às 7h30. A loja abriu antes do horário pois tem muita gente esperando. Minha amiga vai comprar para revender, já que ela tem loja de roupas online", conta Marcos. A loja era para abrir às 8h, mas teve que iniciar às 7h40.
A proprietária do local, chamado Espaço Delas, é a jovem Thaynara Fernandes, de 25 anos. Ela conta que essa é a quarta vez que realiza a promoção, dessa mesma forma, e sempre muita gente se interessou. "Sempre foi assim. Eu esperava que viesse muita gente mesmo, pois as peças estão com preço de custo", disse.
Segundo ela, faz apenas três dias que a promoção foi publicada nas redes sociais e, para controlar e obedecer as normas relativas à covid-19, apenas é permitida a entrada de 20 em 20 pessoas, com uso obrigatória de máscara e disponibilidade de álcool.
"Lá fora não tem como controlarmos. A gente orienta a manterem o distanciamento, mas não tem como controlarmos mesmo", argumenta a jovem empresária. "Em anos anteriores o pessoal chegava às 6h para esperar. Esse ano, por causa da pandemia e o controle na entrada, formou a fila. A gente atá comprou água para quem vai ficar esperando".
Sobre a rentabilidade, a lojista garante que a promoção é um bom negócio. "Vendemos cerca de R$ 50 mil no bazar do ano passado e a expectativa é a mesma para essa ano. Nossa intenção é pra trocar a coleção mesmo, chegar no fim do dia com todas as araras e prateleiras vazias", explica Thaynara Fernandes.
Cerca de 500 peças foram colocadas a venda por ela no bazar promocional de hoje. "Mas tem muita gente lá fora. Vou até pedir para um funcionário ir lá e avisar o que pessoal do final da fila que pode não ter mais roupa quando a vez a vez deles", conclui.