Bar é herança de quem acha que cerveja é "vitamina B12" da família
Espaço cheio de decorações simbólicas do Pantanal divide a Rua Manoel Cavassa com o Porto Geral de Corumbá
Por 47 anos dividindo a Rua Manoel Cavassa com a orla do Porto Geral, em Corumbá, um dos prédios com fachadas tradicionais da cidade foi a oficina mecânica de Inácio. Quando morreu, o espaço se tornou herança da filha, Sebastiana Rodrigues. Desde então, há 12 anos, o lugar exibe decorações simbólicas do Pantanal e serve o que a mãe chama de “B12” da família: a tradicional cervejinha.
Tucanos de madeira pendurados em lustres de madeira, violas alocadas nas paredes e quadros com cenários pantaneiros fazem parte da decoração do Maravilha Bar, que permaneceu lotado durante os dias e noites do Festival América do Sul. Já tradicional entre os moradores da região, o espaço com cores vibrantes nas paredes também conquistou o gosto dos turistas.
Proprietária, Tiana comanda o bar ao lado dos filhos e divide o espaço com a mãe, Dina Rodrigues da Silva, de 90 anos. Sentada em uma das cadeiras do local e se divertindo com a presença do público, é a dona Dina que brinca que a cerveja e até a cachaça são os segredos de quem passou por nove décadas e segue em pé.
Confirmando a informação, Tiana explica que, no fim das contas, o bar é mesmo um espaço “raiz”, já que além de garantir as bebidas alcoólicas, ganha o selo de tradicional com a venda de caldos característicos da cidade.
“A gente começou vendendo saltenha, mas depois, mudamos e hoje temos, por exemplo, caldo de piranha e de feijão, além de sarrabulho”, a proprietária diz.
Sobre a história do bar, ela detalha que havia saído de Corumbá para viver no Rio de Janeiro com o marido, Glaucindo, mas após a antiga oficina ficar vazia, ela decidiu retornar. “As empadas eram o principal quando cheguei, mas os piloteiros de barcos começaram a me perguntar se não vendida bebidas, então fui colocando aos poucos até que acabamos dando destaque para elas.”
Desde então, além de garantir a “vitamina” da dona Dina, Tiana também se dedicou a deixar o espaço do jeito que ela gosta, cheio de Pantanal.
“Eu fui comprando algumas coisas em feiras de antiguidades e o pessoal viu que eu gostava, então, muitas coisas foram presentes também”, explica Tiana.
Entre os objetos preferidos, ela cita uma luminária que fazia parte de um navio, algumas panelas antigas e um quadro composto por vários peixes encontrados nos rios de Mato Grosso do Sul.
E, além das decorações, Tiana ainda destaca o espaço reservado para seus reis e seu amor. Distribuídas pelas paredes, homenagens com fotos e palavras carinhosas guardam as imagens tanto de quem já se foi, seu pai e seu marido, quanto daquela que continua firme ao seu lado, sua mãe.
“Tenho eles nas paredes, mas minha mãe continua aqui comigo. Ficamos felizes demais que o bar ficou cheio dos turistas, isso é alegria mesmo”, completou.
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