ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  17    CAMPO GRANDE 25º

Diversão

Com duração e 3 anos, escola de dança cria curso de imersão na cultura cigana

Estúdio de dança da capital vai trazer uma especialista para ensinar história e cultura cigana através da dança.

Gustavo Maia | 20/01/2019 08:14
Isa Yasmin estuda danças étnicas há décadas e abre espaço para quem quer conhecer danças ciganas. (Foto: Reprodução/Divulgação)
Isa Yasmin estuda danças étnicas há décadas e abre espaço para quem quer conhecer danças ciganas. (Foto: Reprodução/Divulgação)

Quase todo mundo já ouviu falar dos ciganos. Pesquisas revelam que o Brasil possui a segunda maior população do grupo no mundo. Mas pouca gente conhece a verdadeira história, os costumes e a cultura desse povo, que ainda hoje é vítima de discriminação em toda parte do mundo. E para quem topa vencer o preconceito e mergulhar na cultura cigana, um estúdio de dança agora temCurso de Formação em Cultura e Danças Ciganas.

Com início no dia 2 de fevereiro, serão três anos de encontros bimestrais. As aulas são teóricas e práticas, com direito a material didático já incluso na mensalidade: apostilas, músicas e vídeos compartilhados. Ao final de cada ano, os alunos precisam apresentar uma espécie de TCC, em formato de relatório, e uma prova prática, em forma de apresentação de dança, que marca o encerramento dos módulos. Ao final dos três anos, o certificado vai ser emitido pela Casa Z, organização de estudos da cultura cigana, localizado em Florianópolis-SC.

Michelly Dominiq, produtora do curso no estúdio de dança Isa Yasmin Dance, explica que onde o povo cigano se instala acaba absorvendo um pouco da cultura local, e incorporando isso à vida cigana, que no entanto não abre mão de seus próprios costumes, mantidos pelas famílias. Com relação à dança, em cada país por onde eles passam, adotam características como ritmo, instrumentos, musicalidade e figurino próprios do lugar. E tudo isso faz parte da grade curricular do curso, que não trata apenas das danças, mas é uma verdadeira imersão no mundo no universo cigano. “Não é só dança, tem história, geografia, sociologia, todo o contexto. Tudo isso influencia na dança, no figurino, na música, em tudo. Não tem como estudar os movimentos da dança cigana, sem saber suas origens e seus significados. E o curso vai abordar toda essa variedade”, conta ela.

Pesquisadora Sayonara Linhares. (Foto: Reprodução/Divulgação)
Pesquisadora Sayonara Linhares. (Foto: Reprodução/Divulgação)

A dona do estúdio onde vai rolar o curso, Isa Yasmin, além de pesquisadora, coreógrafa e professora de danças étnicas, também vem estudando danças orientais há vários anos. Ela conta que o conhecimento cigano é tradicionalmente repassado às próximas gerações de forma oral, então o curso também tem o papel de resgatar e proteger essa cultura, que ainda sofre com o preconceito por parte de quem não conhece a história do povo cigano. Isa diz que a professora do curso, Sayonara Linhares, é uma pesquisadora de Florianópolis que hoje é referência nos estudos da herança cigana no Brasil. Membra do Conselho Internacional de Dança da UNESCO, ela tem trabalhado com o tema há mais de duas décadas.

O curso, ao contrário do que muita gente pensa por ser de dança cigana, não é voltado apenas para as mulheres. Michelly revela que os homens têm uma presença muito marcante na cultura cigana, tanto na música quanto na dança. Ela explica que apesar de não ter um limite de idade para participar do curso, ele é recomendado para maiores de 16 anos, que já podem aproveitar melhor o conteúdo teórico. “Já a idade máxima, fica por conta da disposição do aluno”, brinca ela.

O curso tem mensalidade alta, de R$ 185,00 e as inscrições podem ser feitas pelo número 99122-2145. O Estúdio Isa Yasmin Dance fica na rua Jales, 853, no bairro Giocondo Orsi.

Curta o Lado B no Instagram e no Facebook.

Alunos terão contato não apenas com a dança, mas com pesquisa histórica e cultural sobre o povo cigano. (Foto: Reprodução/Divulgação)
Alunos terão contato não apenas com a dança, mas com pesquisa histórica e cultural sobre o povo cigano. (Foto: Reprodução/Divulgação)
Nos siga no Google Notícias