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Diversão

Corredor é barracão para escola de samba que acabou no último lugar em 2018

Concorrentes fazem Carnaval com valores mais altos de repasse e conseguem levantar fundos com eventos

Wendy Tonhati | 02/03/2019 08:17
Preparativos para o Carnaval são feitos em corredor na Tamandaré (Foto: Wendy Tonhati)
Preparativos para o Carnaval são feitos em corredor na Tamandaré (Foto: Wendy Tonhati)

A família Tlaes, de origem árabe, é tradicional no Carnaval de Campo Grande. Eles fundaram duas escolas de samba e um bloco oficial: a Unidos do São Francisco, a Estação Primeira do Taquarussu e o Bloco Vai ou Racha. E é na disposição para colocar as alas na rua que o desfile é feito todos os anos.  Em corredor estreito na avenida Tamandaré, as fantasias vão aparecendo, com um jeitinho aqui, outro ali, muita vontade e pouco dinheiro.

Nesse ano a Unidos do São Francisco leva para a avenida samba enredo com o tema desmatamento. O presidente da agremiação, Ale Mahmud Tlaes, 65 anos, diz que os preparativos envolvem oito pessoas, trabalhando no barracão da escola de samba, mais as costureiras. No total, cerca de 15 pessoas que fizeram todo o trabalho para levar a escola de samba à avenida.

Ale é presidente da Unidos do São Francisco e tem um bar na Praça do São Francisco, na 14 de Julho (Foto: Paulo Francis)
Ale é presidente da Unidos do São Francisco e tem um bar na Praça do São Francisco, na 14 de Julho (Foto: Paulo Francis)

O Carnaval da Unidos do São Francisco é mais modesto em comparação com algumas das adversárias. Ale diz que os trabalhos foram feitos com cerca de R$ 30 mil, bem menos que outras escolas de samba.

“Para mim saiu uma média de R$ 30 mil [verba pública] enquanto para outras escolas, saíram R$ 90 mil. Como é que eu vou competir?”, questiona. Segundo ele, a verba pública é de acordo com a colocação no último Carnaval. Como a São Francisco ficou em último lugar no Carnaval passado, o valor recebido é menor. Segundo o presidente, serão cerca de 250 pessoas no desfile em sete alas.

Ale conta que a escola foi fundada por ele e os amigos da época. O samba entrou na família pelo irmão, Gregório Tlaes, que foi o fundador da Estação Primeira do Taquarussu. “Ele gostava e puxou a família”, conta. A família é de origem árabe e ele diz que tem tudo a ver com o samba. “A maioria dos presidentes de escolas de samba no Rio de Janeiro é árabe. O árabe gosta da dança”.

Escola de samba vai falar sobre desmatamento (Foto: Wendy Tonhati)
Escola de samba vai falar sobre desmatamento (Foto: Wendy Tonhati)

O presidente diz que costuma escolher temas locais e da natureza para homenagear no Carnaval. Entre os temas que já foram enredo estão a Comitiva Pantaneira, frutas do cerrado, e os Indígenas.

“Eu gosto de falar de coisas do mato. “A expectativa do Carnaval é fazer bonito. O material está bem acabado. Cada um tem uma diversão. A minha diversão é o Carnaval uma vez por ano. Aqui tem dia que a gente fica até 3 horas da madrugada”.

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