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Diversão

Corumbaense, Heraldo cria festa para ninguém deixar de ser folião durante o ano

Empresário não abre mão de fazer uma festa que lembre o Carnaval de janeiro a janeiro.

Thailla Torres | 16/01/2020 08:16
Festa ocorre no bairro Amambaí, aos sábados. (Foto: Izaqueu Borges)
Festa ocorre no bairro Amambaí, aos sábados. (Foto: Izaqueu Borges)

A trajetória de Heraldo Padilha é marcada pela vida profissional no mercado financeiro e pelo Carnaval. Aos 63 anos e dono de restaurante popular no Centro, ele resolveu que apesar da folia ir embora em fevereiro, o ano não deve continuar sem a essência carnavalesca. Por isso, ele é conhecido por criar festas para o povo corumbaense que vive em Campo Grande não deixar de ser folião o ano inteiro.

É claro que até campo-grandense sai ganhando nessa, afinal, as festas de Heraldo trazem o samba que muitas vezes faz falta da programação musical da cidade, onde sobra balada com sertanejo na playlist.

Nada contra a música sertaneja e as modas antigas que também são ótimas para uma dança a dois, mas quem gosta de samba sabe que o ritmo faz falta, pelo menos é o que corumbaense não abre mão, diz Heraldo. “O samba e o futebol estão na essência do corumbaense. E nós temos um pedaço de Corumbá na Capital com a presença de mais de 50 mil corumbaenses, por isso, uma diversão que homenageia nosso povo é muito bem-vinda”, explica.

Silvana Valu, do Cordão Valu e Heraldo Padilha, dono do Esquenta Corumbaense. (Foto: Izaqueu Borges)
Silvana Valu, do Cordão Valu e Heraldo Padilha, dono do Esquenta Corumbaense. (Foto: Izaqueu Borges)
Jéssica é passista oficial do Esquenta Corumbaense. (Foto: Izaqueu Borges)
Jéssica é passista oficial do Esquenta Corumbaense. (Foto: Izaqueu Borges)

Desde o primeiro sábado do ano, Heraldo abre as portas de um salão de eventos no bairro Amambaí para o Esquenta Corumbaense, festa patenteada por ele que nasceu para trazer o melhor de Corumbá para cá. “A festa surgiu em 2019 no Quintal do Samba e eu quero que ela faça parte do calendário festivo campo-grandense”.

A festa tem samba do começo ao fim, cerveja gelada, saltenha, cachorro-quente e passista oficial, que não é corumbaense, mas foi convidada a sambar e a encantar o público pelo talento e amor a capital portuária. “Eu sempre amei o samba e sempre tive muito carinho por Corumbá”, descreve a passista Jéssica Silva, de 23 anos.

Integrante do bloco mais antigo e tradicional de Corumbá, Flor de Abacate, o fiscal ambiental de 70 anos que só gosta de ser chamado de “Arruda”, diz que o Esquenta Corumbaense é o um jeitinho de se sentir na terra natal. “O corumbaense ama festas e quando o Heraldo criou isso aqui foi uma realização para mim. Eu gosto muito e estou sempre rodeado de amigos”.

Pela festa há quem defenda que corumbaense é mais que samba. “É um povo receptivo, amigo, que chama para tomar um café quando você bate palma na porta da casa dele”, diz o professor João Bosco, de 65 anos.

João e Harildo são corumbaenses que não perdem a festa. (Foto: Marcos Maluf)
João e Harildo são corumbaenses que não perdem a festa. (Foto: Marcos Maluf)
Arruda é outro corumbaense admirador da festa. (Foto: Marcos Maluf)
Arruda é outro corumbaense admirador da festa. (Foto: Marcos Maluf)

O bancário Harildo Correa, de 53 anos, vai além. “O campo-grandense é mais fechado, tem muita semelhança com o paulista. Já o corumbaense é aberto. Acho que ter uma festa como essa aqui na Capital é fundamental”, afirma.

Chamado de dono da festa por alguns, Heraldo é simples. Abraça, beija e dança sem receio alguns com os convidados. Neste ano, a festa ganhou parceria extra do Cordão Valu que também realiza os pré-carnavais no mesmo espaço. “Foi uma parceria muito bem-vinda e que trouxe muita valorização a nossa festa corumbaense, afinal, o Cordão Valu tem 14 de história, experiência e confiança do povo campo-grandense e nós ficamos muito feliz em curtir o Carnaval de mãos dadas com o bloco”, afirma Heraldo.

Quem quiser curtir o Esquenta Corumbaense, a festa ocorre aos sábados no espaço Ramadas, que fica na Rua Tonico de Carvalho, 158, Amambaí. A entrada é R$ 10,00 até às 19h, depois o valor sobe para R$ 20,00.

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