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Diversão

Dança mudou a vida de Raphael, que criou escola para ajudar bailarinos

Companhia Par oferece aulas de dança de salão e funciona como projeto social para encontrar novos talentos

Por Jéssica Fernandes | 17/01/2024 08:01
Bailarinas da Companhia Par - Dança de Salão no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Arquivo pessoal)
Bailarinas da Companhia Par - Dança de Salão no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Arquivo pessoal)

A dança apareceu para Raphael Carnevali Mesquita, de 32 anos, durante um período difícil de luto. Após perder o avô, ele recorreu às aulas de dança como forma de ajudar a avó a sair de casa. O que começou como hobby virou uma paixão séria que o levou a criar a Companhia Par - Dança de Salão.

Ao Lado B, Raphael fala sobre a trajetória e como transformou a perda em um projeto que forma e ajuda bailarinos em Campo Grande. Para começar, ele volta ao ano de 2007.

“Meu avô faleceu e toda a família ficou muito preocupada com a minha avó, com questões de depressão e ansiedade. Para ela fazer mais amizades e ter onde sair eu decidi fazer aulas de danças de salão com ela. Em 2009 vi uma apresentação de tango pessoalmente e algo virou na minha cabeça que eu tinha certeza que faria aquilo para sempre e era o que eu precisava”, conta.

Professor Raphael Carnevali Mesquita durante apresentação. (Foto: Arquivo pessoal)
Professor Raphael Carnevali Mesquita durante apresentação. (Foto: Arquivo pessoal)

Em busca de profissionalização, ele viajou para São Paulo e Rio de Janeiro em 2010. Durante sete anos, o bailarino dividiu os palcos com bandas, participou de programas de televisão e ganhou mais de 10 campeonatos de danças de salão em disputas regionais e nacionais.

Quanto mais o tempo passava, mais Raphael tinha certeza que o futuro dele seria ensinar outras pessoas na arte. “Em um dos cursos meu professor Jaime Aroxa perguntei como ele fez para ter uma escola de tanto sucesso e ele explicou que a melhor forma seria formar antes um grupo de professores. Tendo isso em mente decidi começar a minha companhia de dança junto com a Joyce”, explica.

Em 2016, ele e a parceira de dança começaram os treinos e no ano seguinte a companhia ganhou um CNPJ. Uma viagem em 2017, segundo o professor, foi essencial para definir os rumos da escola de dança e sua missão social.

“Viajei para Corumbá para conhecer o Moinho Cultural e me encantei com o trabalho social que eles fazem e a transformação que era realizada na vida de tantas crianças e adolescentes no lugar. Conversei com a minha companhia e decidimos abraçar também esta causa social”, afirma.

Desde então, a companhia realizou diversos eventos sociais e gratuitos para ‘manter o sonho de pé’. Entre as principais conquistas está a titulação de OSCIP em 2022 e a contemplação do projeto em 2023 pela Lei Rouanet. “Agora a nossa luta está sendo buscar os recursos que foram liberados para poder realizar os novos projetos e manter os outros existentes”, destaca o professor.

Uma das iniciativas que a escola quer levar adiante através dos recursos da lei são as oficinas de dança de salão em bairros afastados da região central da cidade. A ideia não é só possibilitar que pessoas sem acesso consigam participar, mas também encontrar talentos escondidos nesses lugares.

Uma das pessoas que acreditam nos sonhos e ideais da companhia é Sabrina Pero Marcial, que começou como aluna em 2020 e hoje faz parte da equipe como gestora de mídias sociais.

“Havia me mudado há pouco tempo para CG e era a minha primeira vez morando sozinha e longe da família, juntando a isso o fato de ser autista e ter que lidar com toda a questão da pandemia, foi a dança que me manteve sã e olhando pro futuro. Eu acreditei tanto nesse sonho e na capacidade do projeto de mudar a vida das pessoas que decidi fazer mais”, destaca.

Localizada no Bairro Santo Antônio, a escola ensina a dança de salão,teoria musical, iluminação cênica, discotecagem, cenografia, montagem coreográfica e várias outras atividades desde que abriu as portas.

Quem quiser conhecer a escola, o perfil no Instagram é @ciapar_oficial

Quem quiser conhecer o trabalho, o perfil no Instagram é ciapar_oficial

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