De livro a vibrador, feira na praça trouxe diversidade e animou a galera
Organizado pela Brava, evento reuniu expositores e artistas locais na Praça Aquidauana
Organizado pela Brava, a Feira Somar para Dividir fez a alegria da galera que esteve na Praça Aquidauana para conferir os trabalhos dos artistas de Campo Grande. No local não faltou diversidade de produtos expostos e o público encontrou de tudo um pouco, desde livros de poesia a vibradores de sex shop.
Realizado na tarde de ontem (16), o evento foi idealizado pelos produtores culturais Leonardo Soldati, 39 anos, e Kenzo Minata. A princípio, a ideia era que a feira ocorresse em março, porém na época a chuva acabou impedindo a programação ao ar livre.
Dessa vez, o clima ajudou na realização da feira que trouxe mais de 20 trabalhos na vertente de artesanato, artes, vestuário e gastronomia. A Praça Aquidauana foi ocupada por brechós, livros, cerâmicas, macramês, arranjos florais, peças de tie dye, mandalas e desenhos para tatuar. Além dos produtos, o pessoal teve a opção de consumir receitas salgadas e doces sem ou com ingredientes derivados de animais.
Entre os expositores estavam o casal Lelis Arguelo, de 51 anos, e Maria José, de 58 anos. O casal faz peças personalizadas de mosaico utilizando a técnica bizantina em materiais de madeira e mdf. As criações, que trazem os animais e natureza como protagonistas, são repletas de cores e detalhes únicos. Os dois costumam expor o trabalho nas redes sociais e também nas feiras da cidade.
O trabalho começou a ser desenvolvido no período da pandemia e o casal transformou o hobby em fonte de renda. Maria comenta que cria diversos itens junto com o Lelis. "A gente faz tudo. Fazemos bancada, mesa, mandala, banquinhos, mandalas e vamos nos adequando", conta.
As amigas Felicia Abrão e Laura Ayala, ambas de 22 anos, aproveitaram a tarde de sábado para prestigiar a feira e fazer uma comprinhas. As jovens ficaram sabendo do rolê através das redes sociais e ficaram surpresas com a variedade de coisas. “O que eu achei mais legal é que tem bastante coisa autoral e produzida por eles mesmos. São coisas que você não vê em tantos lugares”, fala Laura.
Já a empreendedora Vanessa Neves de Souza, de 24 anos, levou os artigos que vende na loja de sex shop. Vibradores, plugs, chicotes e lubrificantes especiais foram alguns dos produtos expostos. A empreendedora destaca a importância de trazer esses itens para espaços públicos. “As pessoas têm a possibilidade de verem o mostruário e é um passo para elas perderem a vergonha. O sex shop é para trazer uma integração maior do seu prazer e do outro e nós temos que nos conhecer melhor e romper esse tabu”, ressalta.
Na outra extremidade da praça, Bianca Resende, de 28 anos, e Felipe Mafra, de 27 anos, montaram uma estrutura repleta de livros de autores nacionais e internacionais. Os dois são responsáveis pelo projeto “Hámor" que é uma livraria independente. A iniciativa, que começou em fevereiro, visa trazer para a cidade obras que não costumam estar em destaque nas livrarias privadas.
De acordo com Felipe, o evento e o projeto possibilitam que as pessoas tenham acesso as obras com mais facilidade. “Começamos a trazer editoras que não chegavam em Campo Grande e fazer essa ponte. É ótimo estar aqui, ver a surpresa no olhar das pessoas em encontrar uma capa diferente e um livro que elas só teriam acesso pela internet ”, ressalta.
Bianca, que tem dois livros publicados, fala sobre a importância de expor os livros e conversar com o público sobre o tema. “É muito legal quando a gente tá em feira participando de algum evento e tem a experiência de conversar com as pessoas e mostrar um livro. É muito doido quando as pessoas pegam o meu livro ou estão a procura dele e conseguem autografado", explica.
Tahina Alves Costa, de 27 anos, comenta que ama participar de feiras públicas e conferir as novidades dos artistas. “Eu adoro feiras, a gente vê os comércios locais e as pessoas que estão no corre. É uma oportunidade legal e é variado, porque tem de sex shop a biscoitinho fora Bolsonaro”, ri.
O produtor cultural Leonardo Soldati afirma que o intuito é realizar mensalmente a Feira Somar para Dividir. “A ideia é fazer uma vez por mês e nem sempre no mesmo lugar, mas tudo depende do apoio das estruturas públicas. A gente sabe que algumas praças não têm e temos que confiar no que vamos encontrar”, diz.
Ele finaliza a entrevista afirmando que é bom ver que o público apoiou o rolê. “É uma satisfação, porque a gente vê que o empresariado busca uma alternativa para expor. Então, quando a galera comparece é maravilhoso e uma resposta de que estamos fazendo o certo”, conclui.
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