Depois de anos de reclamações dos vizinhos, donos vendem o Santa Fé
O casa de shows Santa Fé, que fica na rua Brilhante, em Campo Grande, foi vendida depois das inúmeras reclamações dos vizinhos. A venda foi confirmada pelo ex-gerente do local, Vanderlei Rodrigues de Souza, que não citou os compradores nem confirmou o motivo.
Um dos moradores da região, o professor universitário Mário Márcio Cabreira, de 51 anos, inimigo número um da casa, conta que o local estava interditado desde o dia 4 de abril, mas realizava shows mesmo assim.
O professor enviou ofício à Polícia Militar (PM) e Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), pedindo que fosse cumprida a interdição. “Esse seria o quarto show depois que a casa foi interditada”, relata Cabreira, se referindo a apresentação que aconteceria sábado (1), mas foi barrada. Estava tudo pronto para o evento, mas a festa teve de ser transferida para o bar Miça, na Afonso Pena.
O ex-gerente da casa afirma que os shows eram realizados por força de liminar concedida ao estabelecimento. Ele confirma que o motivo da interdição era o som alto do local, que conforme explicou, estava acima do limite de decibéis permitidos.
“Para sanar o problema o teto e as paredes foram revestidos, mas a Semadur ainda não tinha liberado porque não possuem o decibelímetro [aparelho usado para medir intensidade de decibéis no som]”, comenta Vanderlei.
Além disso, ele garante que os novos donos vão reformar o local para tentar sanar o problema de uma vez por todas, e fazer com que o estabelecimento seja liberado para o funcionamento, sem que incomode os moradores da vizinhança.
Porém, nem só o alto som vindo do Santa Fé incomoda os vizinhos. A bagunça em frente e nos arredores da casa também gera reclamações. Em uma das situações, houve até morto. No dia 28 de outubro do ano passado, o jovem Ike César Gonçalves, de 29 anos, foi morto pelo policial militar Bonifácio dos Santos Júnior, de 36 anos.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura para ter mais informações da Semadur sobre a interdição, entretanto, até o fechamento da matéria não obteve retorno.