É preciso paciência para aproveitar promoções de segunda-feira nos cinemas
Ir ao cinema não é um dos programas mais baratos. Então, quando chega o dia da promoção, a paciência é condição primordial para quem não quer acabar a segunda-feira irritado. Por isso, se você ainda não enfrentou tal experiência em Campo Grande, é bom se preparar e chegar bem antes do horário da sessão. Independente do filme, ou do cinema, todo mundo vai perder um bom tempo nas filas.
Quem resolve encarar, chega a esperar mais de 30 minutos em uma fila só para comprar ingresso durante as sessões noturnas, isso quando a programação em cartaz não é das mais concorridas. Depois, ainda é preciso ficar mais um tempo esperando a pipoca e outro tanto no fim da exibição, até conseguir pagar o estacionamento.
O Cinemark, no Shopping Campo Grande e o UCI, no Bosque dos Ipês, escolheram as segundas-feiras como o dia em que os ingressos são mais baratos. Já na rede Cinépolis, a sessão desconto ocorre na quarta. Para muita gente, apesar do tumulto, é a única forma de ir acompanhado.
Manoel Antônio, de 40 anos, levou os filhos, de 7 e 12 anos, e o sobrinho de 19 para uma noitada no cinema. Para o programa caber no bolso, a noite escolhida teve de ser a de promoção. Enquanto que em dias normais, a conta somaria, no mínimo, R$ 68,00, na segunda o valor total caiu para R$ 32,00. “Tento levar uma ou duas vezes por mês, mas nem sempre dá, é caro”, reclama.
Para o militar Rafael Ferreira e a namorada, a administradora Alessandra Xavier, ambos de 25 anos, o passeio em casal teve que ser restringido a uma vez por mês. “Para nós dois fica caro, pelo menos 50 reais, se não for em dia de promoção", comenta Rafael. A namorada complementa: “Campo Grande não tem opção de lazer e por isso tudo é caro”.
Peregrinação - Quem se depara com o Cinemark superlotado logo pensa em seguir para o UCI, no Bosque dos Ipês, imaginando que, por ser mais distante do Centro, tudo estará mais tranquilo. Mas o tamanho da fila também surpreende. “Não sabia que era tão cheio, mas já que estou aqui vou enfrentar”, diz Diego Almeida, de 30 anos.
Os cinemas oferecem caixas de autoatendimento, para compras no cartão, mas nem assim as filas andam de forma mais rápida.
Para os cinéfilos, não tem tempo ruim, não há fila que comprometa um dia mais barato no cinema. O auxiliar administrativo Fabiano Lemos, de 24 anos, diz que vai até três vezes durante a semana. Só o percurso da casa dele até o Bosque dos Ipês dura uma hora, e ainda tem os 30 minutos de fila. A carteira de estudante garante a meia-entrada e o ingresso custa em um dia de promoção só R$ 2,25. “Eu tinha um cupom e consegui ainda mais desconto, então vale a pena vir, mesmo que demore”.
As dicas de sobrevivência incluem chegar cedo ou comprar o ingresso durante a tarde, comprar algo para beliscar no supermercado e pagar o estacionamento antes da sessão começar.
O movimento virou, na verdade, tradição de início de semana. Por isso, as amigas Laís Abdalla e Joice Campos, de 19 anos, não se incomodam mais. “Sempre tem fila, mas nos outros dias não dá e já se tornou tão normal ficar cheio que já não me incomodo”, diz Joice.
Mas quando a estreia é de grandes bilheterias, a situação complica a ponto de até os frequentadores assíduos não aguentarem a espera. Na última segunda, a novidade foi o filme Noé, e a superlotação mandou para casa os namorados Sérgio Souza e Tayla Assis. “Fomos embora porque cansamos de esperar, mas voltamos hoje porque segunda é o nosso dia de folga”, explica ele.
Para Edson Almeida, de 21 anos, apesar de tudo, ir ao cinema ainda é o programa mais barato. “Teatro é quase impossível preço, e tem raros shows aqui, e quando tem também é um absurdo, então encaro a fila sem problemas”.
Nas segundas-feiras as entradas inteiras custam R$ 8,00 e a meia R$ 4,00. Nos outros dias da semana, os preços de entrada inteira sobem para R$ 14,00 e 18,00 (3D) até às 17h, e para R$ 16,00 e R$ 19,00 (3D) depois desse horário. Aos sábados, domingos e feriados os valores são R$ 17,00 (inteira) na matinê, R$ 19,00 à noite e R$ 24,00 (3D) o dia todo.