Exposição fechada por 18 anos tem até borboleta que parece cobra
Exposição do Museu das Culturas Dom Bosco conta com mais de 4 mil borboletas de todo o mundo
Por tempo limitado, um acervo com mais de 4 mil borboletas está aberto para visitação do público. Gratuita, a exposição conta com espécies que se parecem com cobras, borboletas com mais de 100 anos e algumas encontradas até em Madagascar.
Quem viveu em Campo Grande antes de 2005 talvez tenha conhecido a sala das borboletas que ficava no antigo prédio do Museu das Culturas Dom Bosco, localizado na Rua Barão do Rio Branco, em frente à Praça do Rádio Clube. Mas, depois disso, as portas foram fechadas e desde então o acervo com os insetos de cores e formatos variados ficaram isolados.
Agora, apenas durante o mês de outubro, as borboletas poderão ser visitadas gratuitamente. Explicando que o espaço é como se fosse uma cápsula do tempo, o diretor do museu, Dirceu van Lonkhuijzen, narra que a forma de armazenamento e de exposição são as mesmas de décadas atrás.
“A forma com que os museus expunham antigamente não é a mesma de hoje. Atualmente, você vê um exemplar que foi considerado o mais interessante, enquanto antes era tudo exposto. Aqui, no caso da sala das borboletas, as pessoas podem ver isso. Não existia reserva, tudo o que havia no museu era mostrado ao público, então você tem uma grande quantidade de itens”, detalha Dirceu.
Conservadas em caixas retangulares com placas transparentes, as borboletas são uma viagem pelo mundo. Nas identificações, os países de origem vão desde o Brasil até Malásia, Taiwan, Filipinas, Papua Nova Guiné, Tailândia, China, Costa do Marfim e Madagascar até Peru, Chile, México, Estados Unidos, Itália e França.
Assim como a diversidade é grande em relação aos países, a idade dos insetos também chama atenção. Chamada Brenthis daphne ou fritillary marmoreado é a mais antiga da coleção, remetendo ao século 19, em 1895.
Já a maior parte dos insetos foi coletada na década de 1980, indicando o período de atividade mais intensa do colecionador responsável, padre João Falco. Dirceu explica que o estadunidense, um dos fundadores do museu, já tinha o hábito de colecionar itens antes mesmo de vir ao Brasil.
Por isso, há insetos mais antigos do que a instituição. Falando sobre as espécies que chamam mais atenção no acervo, o diretor comenta que algumas especificidades desse inseto podem ser conferidas na sala.
Como exemplo, Dirceu mostra as mariposas-atlas, que possuem asas que “imitam” a cabeça de uma cobra. “Nós percebemos o mimetismo nelas. No caso dessa espécie, ela conseguiu evoluir ao ponto das asas parecerem a cabeça de uma cobra. Isso porque os maiores predadores das borboletas são os pássaros e, no caso dos pássaros, seus predadores são as cobras. Então, essa borboleta conseguiu se adaptar para se parecer com o predador de seu predador”.
Em relação à história da coleção, o diretor detalha que a atual exposição é em comemoração aos 100 anos de nascimento do padre Falco. Durante sua vida, ele conviveu com o povo Bororo e se tornou um especialista em museologia, tendo falecido em 1996.
E, entre seus trabalhos, está a coleção das borboletas. Para conhecer a exposição, é necessário ir até a Rua Barão do Rio Branco, número 1811, em frente à Praça do Rádio Clube.
A visitação está disponível de segunda até sexta-feira, das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 16h30min. Aos sábados, o funcionamento é das 13h30 às 16h30min.
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