Festa eletrônica surpreende na antiga rodoviária e agora terá edições mensais

No espaço que já serviu para embarque e desembarque de passageiros, a festa “Rodoroma” surpreendeu quem gosta de música eletrônica e deve ganhar edição mensal na antiga rodoviária de Campo Grande. Assim como acontecia há 20 anos, a ideia é usar espaços longe das casas noturnas e fazer tradição.

Sem bancos ou mesas, a pista de dança foi no asfalto na madrugada desta segunda-feira, sem nenhum luxo, uma novidade para quem estava acostumado a frequentar as baladas mais conhecidas da cidade. “Tive curiosidade em conhecer, e gostei, foge do padrão campo-grandense”, aponta a universitária Juliany Campos, de 23 anos.

É um alento para quem passou a juventude frequentando as históricas festas de música eletrônica que aconteciam na cidade, nos anos 90, como a Organic, e também a famosa casa noturna “D-edge”, que hoje tem como endereço São Paulo.

“Isso é um resgate. Não é como era, mas eles deram o primeiro passo”, comenta Giselle Andra, de 43 anos. Para ela, o que prejudica a noite em Campo Grande é o público sazonal, feito de modinhas.  “É como fruta, de época”, exemplifica.

Eram esperadas 1.2 mil pessoas, mas o público não correspondeu. Mesmo assim,  Marcel Manzoni, de 31 anos e André Garde, de 30, os criadores do projeto, prometeram realizar uma nova festa no próximo mês.

Desta vez, a Guarda Municipal cedeu o espaço para que a balada ocorresse, mas a próxima edição deve acontecer no piso superior do prédio, em um galpão que está vazio.

Os organizadores dizem que escolheram a antiga rodoviária porque não queriam um ponto “carimbado” da cidade e também por uma questão ideologica. “A ideia é diferente do comercial, aqui vendemos música”, explica Marcel.

Ele garante que a iniciativa não é pelo dinheiro, mas para que aos poucos se construa um espaço que seja referância no estilo. “Não saímos, não tem aonde ir, então fazemos nossas reuniões”, justifica.

Além de Djs locais, a ideia, conta André, é de também trazer profissionais de outros países. A primeira noite da Rodorama já trouxe os gringos, com Folker Zwart , da Holanda, o venezuelano Greencross e Tom Hades, da Bélgica.

A vendedora Silvia Penteado, de 20 anos, nasceu na época em que a cena começou na cidade. Por conta da idade, das festas ela só sabe de histórias, quis ver de perto como eram as baladas e gostou. “Superou minhas expectativas”.