Festa ganha status de boate cult, onde a catuaba é principal drinque da noite
De “Dazamiga” a festa virou "Daza Club", com status de boate e a fama de cult. Ganhou o público por fugir do apelo comercial e apostar em sets que dificilmente tocariam em uma balada de Campo Grande.
Apesar de não haver nenhuma limitação, grande parte dos que frequentam é gay. Um dos motivos é, justamente, a seleção musical. Mas isso também está mudando, com diversidade de pessoas na pista.
Alessandro Veiga, de 25 anos, é DJ, sócio proprietário da casa e coloca para tocar até artistas mais populares. Uma sacada é a linguagem irônica. De repente, entra algo considerado brega, que as pessoas se negam a ouvir, mas sabem a coreografia direitinho. O povo se esbalda com “É o Tchan” e até Xuxa na balada. “O DJ tem obrigação de informar o público com linguagens novas, diferentes, não reproduzir o que toca na rádio”, avalia.
Com o sucesso da festa, Alessandro procurou autonomia, arranjou um sócio e juntou dinheiro por um ano para novos planos. Em 28 de dezembro, ele e o amigo compraram o ponto onde funcionava a antiga boate “Tango” e começaram a trabalhar.
Uma vez por mês, a casa abre às quintas-feiras com a festa “Quinta 67”. A noite ganhou cara de balada paulistana, com a discotecagem de rock e indie, comandada por quem não é DJ. “Não precisa ser profissional, convido pessoas que tem um bom gosto pra tocar”, conta.
Alessandro é formado em Comunicação Social e há cinco anos começou a discotecar em algumas casas da cidade, também pelo bom gosto musical. Com a experiência, ele garantiu público e em 2012 apostou na própria fama, com a festa “Dazamiga”, na boate “Túnel”. Na época, seguia a linha flash back.
O DJ é conhecido na noite como “Veludo Molhado”, porque aos aos 17 anos criou um blog, que fazia resenhas da noite campo-grandense. “O nome foi escolhido por conta de um vestido da cantora Joelma, do Calypso”, explica.
Catuaba - Quem vai ao Daza, quer chegar cedo pra ganhar a bebida da casa, o “Daza Drink”, feito com a mistura de Catuaba e energético, oferecida de graça aos 100 primeiros clientes. “Em Campo Grande, todo mundo tomava isso com os amigos, era normal, e então quis colocar na casa”.
E o que não falta é fã da receita dos velhos tempos. “Eu nunca pensei em tomar Catuaba, até o nome é engraçado, mas isso anima a gente”, comenta o universitário Leonardo Carvalho, de 22 anos.
Reza a lenda que Catuaba tem propriedades afrodisíacas e, aliada ao energético, faz muita gente vingar na pista. A fama é tamanha, que a partir da próxima semana a bebida entra oficialmente no cardápio, vendida a R$ 10,00.
O Daza Club fica na rua Marechal Cândido Rondon, 2.181, e funciona sempre aos sábados, a partir das 23h50. A entrada custa geralmente R$ 20,00. A noite “Quinta 67” acontece apenas uma vez ao mês, e a próxima data ainda não está confirmada.