Festa junina de motoclubes tem tradição, mas também rock e coletes
Evento teve comidas e decorações típicas, sem deixar o espírito dos motociclistas de fora
De bandeirolas sim, mas sem esquecer dos anéis de caveira, a 1ª Festa junina Amigos Zapata conseguiu unir comidas típicas, rock e coletes no mesmo lugar na noite deste sábado (4). Organizada por motoclubes no Jardim Imá, a festa não deixou a tradição de fora, mas foi tomada por roupas pretas e coletes dos motociclistas.
O Arraial Zapata foi uma grande junção de culturas que parecem até opostas para quem vê de fora. Moradores do bairro chegaram a estranhar a quantidade de motos circulando a praça da Rua Natal, enquanto as bandeirolas iam sendo penduras.
“A gente mora aqui por perto e vi aquele monte de moto chegando, estranhei. Depois vi que era festa junina e achei diferente, mas ficou muito legal”, conta Celso Chaves, de 60 anos. Ao lado da esposa Marli da Silva, de 61 anos, ele foi um dos moradores do Jardim Imá que aproveitaram o arraial diferentão e garante que aprovou.
Aproveitando as comidas das barraquinhas, Marli contou que também se surpreendeu com a ideia de fazer uma festa tão específica, mas que espera ver mais ações parecidas. “A comida também está ótima, gostei de tudo”, disse.
Além da decoração e barraquinhas temáticas, a festa seguiu durante a noite com muita música e conversa. De fora ficou apenas o momento de acender a fogueira devido aos ventos fortes que pegaram a organização de surpresa.
Uma das integrantes dos clubes que realmente entrou no clima foi a vice-presidente do Luluzinhas, Linda Faria, de 52 anos. Explicando que uma das ideias do evento é mostrar que o pessoal das motos não é “do mal”, ela detalha que dá para gostar de rock e não ficar de fora das outras festas.
As pessoas costumam achar que o motociclismo é rock é droga, mas não é assim. De rock nós gostamos mesmo, mas também ouvimos sertanejo e funk, por exemplo, detalha Linda.
Assim como Linda, a presidente do motoclube, Simone Rodrigues, de 47, relatou que, no fim das contas, é só a vestimenta que acaba sendo diferente. Isso porque o gosto por festas juninas é o mesmo de qualquer outra pessoa.
Feliz com a realização do evento, ela contou que levar as motos para perto da população também é um movimento importante justamente para quebrar com os preconceitos. “Nós costumamos mostrar quem realmente somos, tirar a ideia que costumam já ter pronta”.
E, ilustrando a variedade presente no arraial, Diunes de Araújo Cezar, de 57 anos, em conjunto com seu marido Cezar e sua filha Natasha, foi quem levou os acessórios de motociclistas para o evento. Proprietários de uma loja específica para o público, a barraquinha da família tinha desde anéis de caveira até bandanas e coletes.
Diunes explicou que a lojinha é mais uma diversão para a família, que também faz parte de outros clubes. Atendendo Campo Grande e algumas cidades do Interior, os três fizeram sucesso com as peças.
“Nós sempre trazemos os itens e praticamente tudo nas nossas motos. Não sabíamos como seria aqui na festa, então viemos com poucas coisas, mas é muito interessante. Além de vendermos, ainda encontramos os colegas, conversamos sobre as viagens e aproveitamos a festa junina”, Diunes detalhou.
Além de integrar a temporada de festas juninas, um dos organizadores do evento, Roberto de Souza Maciel, de 50 anos, detalha que o evento foi pensado também para ajudar o bairro. “Eu faço parte do motoclube Zapata e nós costumamos fazer festas beneficentes. Mas a festa junina realmente é a primeira pelo clube”.
Se preparando para as próximas edições, Roberto contou que a ideia é realmente levar o motociclismo pela cidade e contribuir com o que for possível. Por isso, eventos variados devem surgir durante o restante do ano.
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