Festival de Cinema Desver começa dia 1° com programação gratuita
O Desver — Festival de Cinema Universitário de Mato Grosso do Sul — está de volta de 1º a 4 de outubro. Com uma programação repleta de atrações gratuitas, o evento inclui uma mostra competitiva de curtas-metragens de universidades e cursos de cinema, além de oficinas, debates e exibições especiais com a participação de renomados profissionais e pesquisadores da área.
A programação inclui oficinas e workshops gratuitos ministrados pela atriz e preparadora de elenco Maria Beta Perez, além do cineasta homenageado Adirley Queirós. As atividades voltadas para atuação e direção estão com todas as vagas preenchidas. Além disso, haverá uma mostra competitiva de curtas universitários, que apresentará 15 filmes produzidos por instituições de ensino do Ceará, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, com a presença dos realizadores para debates após as exibições.
Serão apresentadas obras do povo Maxakali na Mostra de Cinema Indígena, e haverá uma sessão especial destinada aos alunos da rede pública de ensino de Campo Grande, das escolas estaduais Profª Neyder Suelly Costa Vieira, Plínio Mendes dos Santos e João Carlos Flores. Essa sessão exibirá filmes do curso de audiovisual da UFMS, acompanhada de discussões com os diretores.
Homenageado – Adirley Queirós
O festival tem Adirley Queirós como o homenageado. Com uma retrospectiva dedicada em sua programação, Queirós se destaca como um dos realizadores mais inventivos do Brasil. Seus filmes, rodados em Ceilândia, a cidade da periferia de Brasília onde cresceu, promovem uma reinvenção radical das interações entre documentário e fantasia, além de mesclarem estética e política de maneira singular.
Além disso, em sua passagem por Campo Grande, ele apresentará uma aula magna na abertura do festival e, nos dias seguintes, ministrará uma oficina de direção cinematográfica aberta ao público.
Adirley é celebrado por longas como "Branco Sai, Preto Fica" (2014), "Era uma Vez Brasília" (2017) e "Mato Seco em Chamas" (2022). Nestes trabalhos, se notabilizou por fundir o imaginário da ficção científica aos materiais cotidianos da vida em Ceilândia. Resulta daí uma obra de transbordante imaginação. Ferros-velhos e naves espaciais, bailes black e viajantes no tempo, rádios piratas e agentes intergalácticos, igrejas neopentecostais e refinarias clandestinas, estes e outros elementos aparentemente antagônicos se amalgamam com naturalidade nas narrativas urdidas por Adirley.
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