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Diversão

Forró que nasceu do amor e reúne nordestinos completa três anos no Tênis Clube

Thailla Torres | 15/05/2017 09:02
Juntos há 28 anos, ele começou a festa por ela e agora faz sucesso na cidade. (Foto: Graziela Almeida)
Juntos há 28 anos, ele começou a festa por ela e agora faz sucesso na cidade. (Foto: Graziela Almeida)

A noite começa cheia de alegria e Cedenilson Coelho, de 50 anos, é quem adora fazer festa. Há três anos ele faz em Campo Grande o "Forró do Seu Nenê", com muita dança e diversão durante toda noite. O evento que surgiu para agradar a esposa que é paraibana chega na 6ª edição e Nenê, como é conhecido Cedenilson, comemora a aproximação de tantos nordestinos na cidade.

"A gente gosta da cultura nordestina e o forró tem uma animação sem igual. O encanto é ver as pessoas dançarem, até quem não sabe se arriscando na pista", explica Nenê.

E olha que ele nem dança e na companhia da esposa Maria de Fátima, de 50 anos, o jeito é contar com apoio. "Eu amo dançar, amo forró e o prazer dele é fazer a festa para todo mundo, então o jeito é contar com apoio dos amigos e da família parceira para uma dança", conta Maria.

Público dança sem medo de arriscar. (Foto: Graziela Almeida)
Público dança sem medo de arriscar. (Foto: Graziela Almeida)

Comerciantes, Nenê e Maria estão casados há 28 anos. Ele sempre gostou de música e produção de eventos, começou na juventude fazendo festas de flash back em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. E foi assim que se apaixonou por Maria.

A história de amor começou graças a coragem dela, que fugiu da Paraíba aos 19 anos para não casar contra sua vontade. "Fugi para não casar na minha vida daquele jeito e fui para Cuiabá trabalhar. Naquele tempo era tudo mais rígido e eu teria que casar com quem a família escolhesse", afirma.

Em uma das festas, confessa que se apaixonou por Nenê. "Foi amor a primeira vista, daí nos conhecemos e logo depois começamos a namorar. Mesmo ele não dançando, olha só, estamos até hoje", brinca Maria.

Para o evento ficar ainda mais divertido, pista de dança é o que não falta. No palco, os músicos estão paramentados com o famoso chapéu de cangaceiro e a música é tocada sem intervalos.

Com tanta gente animada, às vezes fica difícil um pouco de conversa porque ninguém para de dançar. O casal Valdivino da Silva, de 69 anos, e Neuza Peralta da Silva, de 58, se arriscam no estilo para aprender de uma vez. Ela é paraguaia e acostumada com o chamamé, diz que nunca dançou forró, já o marido admite que o estilo está no sangue. "Sou baiano, imagina se eu não sei dançar forró. Mas quero que ela aprenda, por isso a gente veio nessa festa, para ela descobrir o forró", conta Valdivino.

Ela paraguaia e ele baiano, o jeito é entrar da dança para aprender. (Foto: Graziela Almeida)
Ela paraguaia e ele baiano, o jeito é entrar da dança para aprender. (Foto: Graziela Almeida)
Amigos compartilham uma experiência nova durante a noite. (Foto: Graziela Almeida)
Amigos compartilham uma experiência nova durante a noite. (Foto: Graziela Almeida)

Sentada para um descanso, a aposentada Antonieta Silva, de 58 anos, diz que o evento é uma troca de experiência. "Eu sempre fui acostumada a dançar o rasqueado e o chamamé da nossa região e hoje é a primeira vez que venho no forró, estou amando", comenta.

Além da música, a gastronomia também foi uma novidade para ela. "Comi baião de dois que eu nunca tinha experimentado e achei uma delícia. Isso aqui é muito bom, vale a pena arriscar e conhecer", diz.

Há 22 anos em Campo Grande, a nordestina Aldiene Alves Ferreira, de 35 anos, se considera sul-mato-grossense por amor, mas confessa toda paixão pelo forró. "Já acostumei com Campo Grande e amo a cidade, mas o forró não tem como esquecer. É muito animado e quem dança, sente falta", diz.

A dificuldade é que a maioria do público vai ao evento com seu par e, quem arrisca sair a noite sozinho, sente falta de companhia para dança. "Acho que falta homem na festa para dançar, a minha sorte é que fui convidada por uma amigo e ele me tirou para uma dança. Mas não tem gente sozinha para dançar com todo mundo", comenta Rosângela Costa, de 51 anos, que foi curtir na companhia de uma amiga.

A festa é realizada no Tênis Clube e próxima edição do Forró do Nenê acontece no dia 12 de agosto, a partir das 21h. Os ingressos começam a ser vendidos 30 dias antes do evento e o público pode acompanhar pelo Facebook.

Forró que nasceu do amor e reúne nordestinos completa três anos no Tênis Clube
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