Grupo vai curtir show do Metallica no Paraguai e fica preso em Assunção
O Lado B fez a propaganda, mas nunca imaginou que o programa acabaria mal por conta da instabilidade política. Quem saiu daqui, adorou o show da banda Metallica ontem no Paraguai, mas na hora de voltar, um grupo de cerca de 20 pessoas de Campo Grande não conseguiu sair de Assunção.
A surpresa veio no embarque, marcado para hoje, às 21h30. “Quando chegamos na plataforma da rodoviária, ninguém conseguiu sair. Mandaram voltar para os hotéis”, conta Laura Marcato, de 37 anos. “Pelo que conversei com uns paraguaios é uma greve de esquerda. O presidente daqui é de direita e é minoria”, resume do ponto de vista de quem não tem previsão de chegar em casa.
As explicações são confirmadas pelos jornais paraguaios. Uma greve geral, que deveria começar amanhã, pegou todo mundo desavisado nesta terça. Há barreiras nas rodovias e até dentro da cidade, concentradas na região do Congresso, no Centro.
Depois de especular nos hotéis onde estão hospedados, os brasileiros ganharam a esperança de uma trégua no dia 27. “Parece que a greve tem força legal por 24 horas. Na quinta, devem liberar algumas barreiras durante algumas horas”, espera Laura.
Não há como sair pela estrada, nem pelo aeroporto. Com a tensão instalada, o jeito é fica no hotel.
A comunicação é possível via whatsapp, meio que garantiu o aviso às famílias e aos chefes. Do outro lado da fronteira, os brasileiros criaram um grupo de discussão, para trocar ideias sobre que fazer a partir de agora.
Eles resumem o dia como “tenso”. Com pouco dinheiro no bolso, por conta dos planos de passar apenas 3 dias, o maior temor é que as manifestações continuem por tempo indeterminado. “Estamos sem roupas limpas e não temos onde lavar”, conta o jornalista João Humberto.
O Lado B tentou contato com o Consulado do Paraguai em Campo Grande, mas ninguém atendeu nem ao celular de plantão.
Há 20 anos o Paraguai não via uma greve geral. O motivo principal da manifestação é a revolta contra a "Lei de Alianças Público-Privadas" principal proposta econômica do governo Horácio Cartes. Os sindicalistas entendem as parcerias como uma forma de privatização disfarçada das empresas estatais.