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Diversão

Há 24 anos, rancho na cidade tem de petisco a feijoada e só cobra pela bebida

Paula Maciulevicius | 08/04/2014 06:44
O rancho é tudo o que Barba quis trazer das fazendas onde trabalhou. (Fotos: Marcelo Victor)
O rancho é tudo o que Barba quis trazer das fazendas onde trabalhou. (Fotos: Marcelo Victor)

Quem entra esquece o barulho dos carros e das buzinas da movimentada Via Morena, no bairro Vila Progresso, em Campo Grande. Os olhos se voltam a um rancho em plena cidade. Desde a porteira às casas de madeira e o chão de terra batida, o ambiente é rústico da entrada à saída até na alimentação.

O lugar que leva o nome “Rancho de Barba” foi criado pelo ex-peão de fazenda, Waldenyr Barbosa. Há 24 anos ele saiu da lida no campo, mas a vida na roça não saiu dele. “Eu sempre mexia com gado, gostava de comida rústica e estou fazendo o museu rural de Campo Grande desde 91”, resume Barba. O apelido, desde 2006, não faz mais jus à figura do dono. Waldenyr não usa mais barba. Mas o nome ficou.

De fora, a primeira coisa que se vê é um barril de cachaça. Vindo de Santa Catarina, é o abrigo para várias bebidas, inclusive artesanais. A de nome provocativo que o bom senso não nos permite dizer, mas a fotografia revela é a mais vendida. “Essa bate o recorde. Eu que fabrico ela, mas o segredo eu não posso falar não”, brinca.

Galpão onde fica o palco tem cabeça de boi morto em 1973.
Galpão onde fica o palco tem cabeça de boi morto em 1973.
Biblioteca traz algumas enciclopédias e livros antigos do meio rural.
Biblioteca traz algumas enciclopédias e livros antigos do meio rural.

O rancho é tudo o que ele quis trazer das fazendas onde trabalhou, na região de Tacuru, ao Sul do Estado, para casa. “A gente tem cavalo, música ao vivo e comida típica”, apresenta o lugar. Separado em construções de madeira, além da cachaçaria, um galpão abriga uma biblioteca e o outro, o palco. Por ali, a trilha sonora tem de ir ornar com o ambiente e só moda de viola comanda o lugar.

Em cada área, objetos trazem um pouco de rusticidade do campo. Onde as duplas sertanejas se apresentam está uma cabeça de boi, morto em 1973. “Aqui tem muita coisa misteriosa”, comenta Barba.

Em dias de casa cheia, ele já conseguiu trazer nomes consagrados, como a dupla “Milionário e José Rico” que reuniu 2 mil pessoas no espaço em 2003.

Na cachaçaria, bebida artesanal feita por Barba bate recorde na casa.
Na cachaçaria, bebida artesanal feita por Barba bate recorde na casa.

Além do tour rural, a comida é o carro-chefe do lugar. Aberto todas as noites, de terça à sexta, com porções de peixe frito, carne de sol e guisado de mandioca, a clientela só paga as bebidas. O mesmo vale para os finais de semana, quando a comida é feijoada e churrasco.

“Aqui a gente não cobra. É só a bebida. A clientela aqui é mais o pessoal de fazenda, que gosta e de programa de rádio”, resume. Ou seja, os fregueses são amigos da casa.

As comidas são feitas em fogão à lenha, às vezes improvisado, feito em latão, mas o principal está nas panelas de ferro. “E eu que faço tudo, de cabo a rabo”, reforça Barba.

O Rancho do Barba fica na rua Aguiar Pereira de Souza, 500, esquina com a Via Morena e funciona de terça à sexta das 19h até meia-noite e aos sábados e domingos, das 12h às 20h.

Comida é feita ali mesmo. Aos sábados e domingos, o prato é feijoada.
Comida é feita ali mesmo. Aos sábados e domingos, o prato é feijoada.
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