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Diversão

Marketing de Wellington é garantir que ganha até R$ 12 mil com paçoca

Homem diz que saiu do trabalho para empreender e realizar o sonho de se mudar para Portugal

Natália Olliver | 27/07/2023 07:41
Wellington largou o trabalho fixo para empreender nas ruas de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Wellington largou o trabalho fixo para empreender nas ruas de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Pode parecer brincadeira, mas com uma simples paçoquinha de rolha Wellington Cordeiro de Souza, de 27 anos, garante faturar até R$ 12 mil vendendo o doce nas ruas de Campo Grande, em 45 dias. A fórmula para o marketing de sucesso começa pelo traje, sempre bem arrumado e com camisa social. Segundo o vendedor, a roupa influencia totalmente nos lucros.

O resultado comprova que o ditado popular “de grão em grão a galinha enche papo” está mais do que certo. Em seis horas de trabalho, ele jura que vende 30 pacotes de paçoca com 10 unidades. O preço é estratégico, R$ 10,00. No fim do dia, Wellington consegue R$ 300,00. Descontando o valor de R$ 25,00 por caixa do produto, o lucro real fica em R$ 255,00. Em 45 dias ele vendeu, no mínimo, R$ 10 mil. Isso em uma jornada de trabalho de meio período.

Ao Lado B ele explica que às vezes chega a vender seis caixas por dia, ou seja, 60 pacotes de paçocas. A façanha é possível e o cálculo básico mostra que para alcançar os R$ 10 mil Wellington teria que vender 5 pacotes por hora.

“Já tentei vender a unidade da paçoca, mas demora demais, aí chamo de kit. De dez pessoas que ofereço, oito compram. Eu chego bem vestido, bem apresentável e tenho um bom motivo pra vender”.

O objetivo principal é empreender. Mas para isso, ele deseja atravessar o Oceano Atlântico, morar em Portugal por um tempo e voltar ao Brasil com um poder aquisitivo melhor. A justificativa do translado é que o ganho em Euro será mais vantajoso para os futuros negócios.

Paçoca de rolha vendida por Wellington, separada em sacos com 10 unidades (Foto: Paulo Francis)
Paçoca de rolha vendida por Wellington, separada em sacos com 10 unidades (Foto: Paulo Francis)

“Normalmente, eu abordo a pessoa e digo que junto recurso para ir para Portugal. Elas normalmente já fazem o Pix ou dão gorjetas falando que querem ajudar. Quero mexer com venda de imóveis de leilões”.

A alma de vendedor cresceu junto com o jovem. Neto de vendedores, desde os 5 anos ele acompanhava a avó nas vendas de salgados. “Comecei a puxar carrinho na rua, minha avó vendia salgado de manhã para obras de construção civil, para os pedreiros. Eu comecei a vender também. À tarde, a gente ia até pro camelô e à noite ela fazia banca na feira”.

A história com a paçoca é recente e começa com a queda das vendas de veículos na Capital. Há três meses, Wellington era vendedor em lojas de automóveis. Largou a profissão porque queria empreender. Sem saber se daria certo, o jovem começou a vender amendoim na rua. Com o dinheiro, passou a vender brigadeiros, quatro unidades por R$ 10,00.

Talento com vendas Wellington adquiriu junto com a avó, ainda na infância (Foto: Paulo Francis)
Talento com vendas Wellington adquiriu junto com a avó, ainda na infância (Foto: Paulo Francis)

“Fiquei um tempo sem saber o que eu ia fazer, aí tive a ideia de vender algo fácil, só pra juntar dinheiro para os ingredientes do brigadeiro. Consegui uns R$ 6 mil. Quando vi que dava dinheiro, fiquei surpreso. Logo depois, fui para as paçocas, aí foi 'boom' mesmo”, comenta.

Além da vontade de empreender, o rapaz também busca inspirar pessoas com a história. ”Acho que pode ajudar muita gente que está desempregada e não vê saída”.

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