Na Capital e no interior, trilhas são para quem quer relaxar sem ficar parado
No Estado que é conhecido nacionalmente pelas belezas naturais, o que não faltam são opções de lazer e aventura em contato com a natureza. Para quem quer sair da rotina são muitas as opções de trilhas com vários níveis de intensidade, emolduras por rios, cachoeiras e outras belezas que compensam o esforço de quem busca o relaxamento, mas não pensa em ficar parado.
O bacana é que as opções fogem do clichê de outros destinos mais badalados como Bonito e Pantanal, por exemplo. Os passeios também tendem a não pesar muito no bolso e ficam relativamente perto.
Em Campo Grande, por sinal, pelo menos três destinos ficam a poucos quilômetros do Centro e são bastante acessíveis. Os municípios de Sidrolândia, Rio Negro, São Gabriel do Oeste e no distrito de Piraputanga, em Aquidauana também se destacam com os atrativos de aventura.
Inferninho
O visual pela região nada tem a ver com o nome ingrato. O local possui uma bela cachoeira com cerca de 30 metros de altura utilizada para a prática de rapel. Perto dali também fica a cachoeira do Céuzinho. O acesso para os locais é feito pela BR-080 que passa em frente ao Detran, mas em ambos os pontos não há infraestrutura.
Mesmo assim aos finais de semana as cachoeiras lotam com moradores. O uso de tênis é recomendado, inclusive durante os banhos, devido as muitas pedras das corredeiras e as trilhas íngremes que dão acesso as quedas.
Morro do Ernesto
Situado na Fazenda Córrego Limpo, propriedade privada a 20 quilômetros Capital, o local é aberto à visitação mediante pagamento de uma taxa de R$ 10,00. O trajeto é de 8km passando por uma cachoeira de quatro metros e duas corredeiras. Ele pode ser feito a pé ou bicicleta e o diferencial é a permissão para animais de estimação participarem do passeio.
Mais informações podem ser conferidas através deste link.
Trilha da Usina Abandonada
Apontada como a mais indicada para iniciantes, a trilha possui cerca de cinco quilômetros de extensão e quatro cachoeiras. Além do contato com a natureza tem valor histórico, pois abriga as usinas da primeira usina hidrelétrica da Capital. A trilha inclui escalada e travessia do Córrego Ceroula.
No interior
Trilha da Conquista (Sidrolândia) – Distante 40 km de Campo Grande, o trajeto é de 4,5 km em meio à mata nativa onde existem duas nascentes. O passeio passa por uma cachoeira de dois metros e termina com duas corredeiras.
Trilha da Pintura Rupestre (Rio Negro) – Temporariamente desativada, possui cerca de 10 quilômetros incluindo ida e volta e abriga um sítio arqueológico. Situada em propriedade privada, oferece opção de rapel na cachoeira Rio do Peixe.
Trilha do Los Pagos (São Gabriel do Oeste) – Com uma cachoeira de 70 metros em propriedade particular, tem fácil acesso e é um dos pontos turísticos mais visitados do município.
Trilha do Córrego Rico (Rio Negro) – Com caminhada sobre pedras, apresenta nível de dificuldade médio por exigir equilíbrio. Também exige conhecimento prévio do local devido ao risco de enchente repentina. Mas tomados os devidos cuidados, recompensa os visitantes com duas cachoeiras sobrepostas e um pequeno cânion de um quilômetro.
Caminho das Antas (Piraputanga) – Trilha contemplativa sobre um dos morros da Serra de Maracaju.
Trilha dos Mirantes (Piraputanga) – Situada em uma propriedade rural chamada Chácara dos Mirantes, possui sítio arqueológico e trilha com acesso a quatro mirantes, além de outras trilhas secundárias.
Morro do Paxixi (Piraputanga) – Com acesso pela Estrada Parque de Piraputanga, a trilha leva a vários mirantes e em sua maior parte oferece opção de acesso com motocicleta.
Vale ressaltar que os passeios devem, sempre que possível, incluir a presença de um profissional no esporte. A Sopa de Pedra, por exemplo, oferece passeios na maioria dos atrativos, com passeios sempre acompanhados por guias.
Outros cuidados necessários para os passeios começam na preparação com a vestimenta adequada (calças compridas, tecidos leves e tênis), passando pelos equipamentos de segurança (lanternas, cordas e até antialérgicos em alguns casos).
A interação sempre preservando os atrativos naturais também é uma preocupação que deve ser levada a sério. O ideal é que todo o lixo produzido durante os passeios seja recolhido.
“Levamos as pessoas para conhecerem com a intenção de preservar e para contemplar a natureza. Quando vai um grupo grande perde essa finalidade. E também não podemos expor os locais a uma quantidade exorbitante de pessoas para não prejudicar o manejo”, explica Gustavo de Castela Andrade, de 27 anos, que atua no turismo de aventura do Estado.
Mensalmente, Gustavo atende cerca de cem pessoas que procuram por atividades de trilha com rapel. Entusiastas como a servidora pública Eli Sandra da Silva Francisco, de 37 anos, que é amante assumida da aventura.
“Quando você vai para uma trilha nova não sabe o que vai encontrar. Por isso esquece todo o resto e se concentra naquilo. É o que me descansa a mente. E é importante lembrar que só faz bem, não existe limitação, qualquer pessoa que desejar esse contato com a natureza consegue”, conta.
Nos últimos dois anos, ela percorreu as principais rotas no Estado, se aventurou na Bolívia e até no deserto e hoje a filha Nicole, de 13 anos, também a acompanha nas aventuras.