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Diversão

Não é retiro, mas Carnaval em praça proíbe bebida para folião se conectar

Foi o primeiro dia de folia sem ressaca geral e grupo se reuniu para o Carnaval Holístico no Carandá Bosque para momento "zen"

Alana Portela | 23/02/2020 08:19
Os participantes praticando na aula de acroyoga (Foto: Kísie Ainoã)
Os participantes praticando na aula de acroyoga (Foto: Kísie Ainoã)

Não é retiro religioso, mas bebida alcoólica não entra para que os foliões consigam se conectar com o corpo e a mente. Esse foi o lema do primeiro dia de folia no Carnaval Holístico, que ocorreu ontem na Praça Bosque da Paz, localizada no Carandá Bosque, onde os participantes aproveitaram o momento para curtir a natureza.

“Estava com a ideia de fazer um evento assim, independentemente de ser carnaval. Como teve a iniciativa da prefeitura apoiando vários blocos diferentes, quisemos realizar este, com atividades físicas saudáveis”, diz Ana Carolina Veraldo. Ela foi a idealizadora do encontro que vai ocorrer novamente hoje, no mesmo local, das 15h às 19h.

O evento é opção para quem não curte aquela bagunça da folia nos bloquinhos de rua. Os participantes entraram em contato direto com a natureza pisando na grama e praticando yoga, acroyoga, tecido acrobático, slackline e teve até uma roda para cantar mantra.

Ana Carolina Veraldo fala sobre a proposta do evento (Foto: Kísie Ainoã)
Ana Carolina Veraldo fala sobre a proposta do evento (Foto: Kísie Ainoã)
Ariane Cordeiro é instrutora de acroyoga e fala sobre a atividade (Foto: Kísie Ainoã)
Ariane Cordeiro é instrutora de acroyoga e fala sobre a atividade (Foto: Kísie Ainoã)
As crianças adoraram brincar no tecido acrobático (Foto: Kísie Ainoã)
As crianças adoraram brincar no tecido acrobático (Foto: Kísie Ainoã)

Ana Carolina comenta que a proposta tem a ver com o estilo de vida. “No meu caso é normal, olho para meu bem-estar, faço atividades físicas e minha alimentação é consciente independente de festa ou não. Aqui não cabe bebida porque estamos trabalhando equilíbrio, educação através da música, do yoga e não tem motivo para colocar o álcool que vai dar uma certa fraqueza corporal”, comenta.

Quem adorou a ideia foi a terapeuta integrativa Rosa Pires. Aos 57 anos, ela relata que está em busca de dias mais tranquilos. “Venho evoluindo para chegar no ponto ideal. Quando era adolescente pulava carnaval e já tive ressaca com muita dor de cabeça, mas agora quero algo mais tranquilo, o corpo pede ponderação e assim dá para aproveitar melhor o carnaval”, afirma.

Ela esteve no evento onde deu sessões de Barras de Access e Rene Mey, técnica de restruturação celular. “Sou da área das terapias energéticas, já aproveitei muito o carnaval na juventude depois que a gente entra na vida madura isso muda. É uma forma de ocupar o espaço que é lindo, ter interação e conhecer outras pessoas”, fala Rosa.

A Steffany Guilherme de Oliveira aproveitou para vender salgados. Levou a mãe que participou do acroyoga, enquanto ela só observava o movimento. “É a primeira vez que participo de um carnaval assim, achei legal porque existe entrosamento, é uma relação mais verdadeira, sem interesse sexual, longe de bebidas e sem ressaca do dia seguinte. Achei maravilhosa a proposta, pois ajuda a curtir o carnaval com mais disposição”.

Os alunos treinando acroyoga com a ajuda da professora (Foto: Kísie Ainoã)
Os alunos treinando acroyoga com a ajuda da professora (Foto: Kísie Ainoã)

A geóloga, Carol Adler levou até o filho para curtirem juntos o momento. “Achei bacana, mais uma opção para quem não quer ir em bares movimentado ou encarar um bloco de rua. É um momento de relaxar, trabalhar a respiração, a mente e é um espaço legal para experimentar”.

No ano passado, ela pulou carnaval, mas neste já quis algo mais tranquilo. “Fui em blocos e bares, mas prefiro algo mais zen. Já tive várias ressacas no dia seguinte e o evento evita, o que é bom para aproveitar melhor”, destaca Carol.

A artista e educadora física, Ariani Cordeiro e o amigo, Álex Feitosa também participaram do evento e deram aula de acroyoga. “Mistura a postura do yoga com as sequências acrobáticas. A gente une uma postura na outra, precisa muito de concentração para fazer acrobacias. Trabalhamos a consciência do corpo, a presença, enquanto na folia o folião quer sair do corpo e extravasar bebendo, aqui é o oposto”, explica ela. “O foco não é tirar a galera de lá [bloquinhos de rua], mas é uma proposta para quem não é tão adepto a folia”, completa ele.

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