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Diversão

O Carnaval acabou, mas algazarra teima em continuar na Calógeras com Mato Grosso

Na noite de ontem, cerca de 200 jovens se reuniram para um baile funk na Orla Ferroviária e o tumulto tem prejudicado bares da região

Thailla Torres | 04/03/2018 07:10
Cerca de 100 pessoas, neste sábado (3) para a esquina da Avenida Calógeras com a Mato Grosso. (Fotos: Paulo Francis)
Cerca de 100 pessoas, neste sábado (3) para a esquina da Avenida Calógeras com a Mato Grosso. (Fotos: Paulo Francis)

A música é alta e jovens tomam conta da Orla Ferroviária. Foi assim que começou o "Baile da 13", evento que surgiu nas redes sociais e levou cerca de 100 pessoas, neste sábado (3), para a esquina da Avenida Calógeras com a Mato Grosso. Lá pelas 20h, o público bebia à vontade com carro de som e arguile no Centro.

A algazarra começou às 17h com a chegada de alguns ambulantes que vendiam copo de bebida a R$ 4,99. Depois, o público foi se aglomerando com intuito de fazer um baile funk para ocupar as ruas após o Carnaval, essa era a proposta do evento que surgiu no Facebook na última semana.

O organizador chegou a usar o nome do Cordão Valu para anunciar o evento, mas em nota, Silvana Valu, fundadora do bloco, esclareceu que a informação era falsa.

Amigos compartilham sobre o baile no Facebook.
Amigos compartilham sobre o baile no Facebook.

Mesmo assim, com novo nome, o público não perdeu a chance de comparecer ao "Baile da 13", mas nem todo mundo ficou satisfeito. Dois amigos, menores de idade, ambos com 16 anos, saíram do Jardim Leblon para curtir a folia. "Gastei passe à toa, peguei dois ônibus para chegar aqui e nem ter som alto", reclamou um deles.

Eles dizem que o baile não tem dono, apenas viralizou nas redes sociais  e pelas informações que correm no WhatsApp, já estão previstos bailes em outros pontos da cidade, mesmo sem autorização. "O problema é que aqui não tem alvará, mas acho que vão conseguir na Praça Aquidauana", diz.

O ambulante, Breno Alves, chegou cedo para vender bebida depois de ver o burburinho na internet. "Galera veio pra ser divertir e eu vendi muito no Carnaval. Vamos ficar aqui até o último cliente".

Teve gente que foi pela curiosidade e acabou ajudando no repertório com o som do carro. "Eu nem fiquei sabendo, mas passei aqui na frente e resolvi parar também. A gente não quer fazer bagunça, só se divertir", diz Marcos Felipe, de 22 anos.

Dono de bar espera que haja consciência entre o público.
Dono de bar espera que haja consciência entre o público.

Mas a ocupação vem causando transtornos a um dos bares da região, o Resista,que diante da aglomeração de ambulantes e som automotivo após o Carnaval, interrompeu a programação musical.

"A gente preza pela cultura e diversão respeitosa, por isso temos um local adequado e com acústica para receber um som bacana sem incomodar os vizinhos. O problema é que ambulantes começaram a trabalhar na frente da casa das pessoas, o som alto após as 22h incomodou e isso gerou uma série de denúncias contra o Resista", desabafou o sócio-proprietário Rodrigo Garcia.

Por isso, como forma de protesto, o sócio afirma que não tem previsão sobre quando a programação voltará ao normal. "Somos totalmente a favor de eventos culturais na cidade e para todos os estilos. Mas isso tem que ser feito com consciência e parceria. Sem prejudicar ninguém, por isso não vamos ter som no bar por enquanto".

Deu ruim - A muvuca teve fim às 22h e diferente do Carnaval, dessa vez, não houve tumulto. 36 Guardas Municipais chegaram ao local e pediram para que os jovens fossem embora, em minutos, a Orla ficou novamente vazia.

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