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Diversão

O Rappa reúne 9 mil pessoas e público cobra outros shows do mesmo porte aqui

Paula Maciulevicius | 31/08/2014 02:25
"O Rappa" subiu ao palco às 00h10, abrindo o show com músicas da turnê "Nunca tem fim". (Foto: Marcelo Victor)
"O Rappa" subiu ao palco às 00h10, abrindo o show com músicas da turnê "Nunca tem fim". (Foto: Marcelo Victor)

O show da banda "O Rappa" na noite deste sábado, no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, quebrou o jejum de nove anos sem apresentações do grupo na Capital e trouxe à tona a cobrança para que Mato Grosso do Sul entre na agenda de artistas do mesmo porte.

Com um total de 9 mil pessoas, o público mostra a carência que tem por shows que fujam do tradicional sertanejo e expõe a lista de desejos. "Skank, Jota Quest, Lulu Santos, Marisa Monte...", enumera a dentista Melissa Kudo, de 35 anos. Ela já viria de Dourados para Campo Grande e coincidiu de ser no mesmo final de semana que O Rappa. "Precisa ter outros shows além do sertanejo", pontua.

'Caravana' de Nova Andradina é acostumada a viajar para ver shows diferentes. (Foto: Marcelo Victor)
'Caravana' de Nova Andradina é acostumada a viajar para ver shows diferentes. (Foto: Marcelo Victor)

Em oito pessoas, a caravana de amigos do professor Admael Canela Rocha, de 43 anos, veio de Nova Andradina para cá. A distância nem conta mais, porque eles sabem que para assistir este tipo de apresentação precisam por o pé na estrada.

"Infelizmente, se quiser ver show diferente, a gente tem que viajar. Tem que ir para o Paraná ou São Paulo", explica. A banda da noite já havia sido vista ao vivo em duas situações. "Foram shows em São Paulo e Curitiba", exemplifica Canela. "E tem tanta banda boa por aí, Tirãs, Engenheiros do Havaí", completa.

A última apresentação do Rappa aqui, o autônomo Juliano Almeida, de 40 anos, conta nos dedos. "Foi 9 anos atrás, demorou", contabiliza. Junto da filha de 18 anos, ele reclama que pelo Estado ser mais ligado ao sertanejo impede que outros estilos venham. "Tem um grande fluxo, acho que os empresários não querem atrapalhar". Na listinha de shows que gostaria de ver aqui estão: Capital Inicial, Titãs, Biquini Cavadão e Ultraje a Rigor.

Com uma veia mais alternativa, tem gente que gostaria de ver subir ao palco nomes do rap nacional. "Cone Crew, Filipe Ret, Oriente", compartilha o casal Lucas da Silva, de 19 anos e Maria Júlia Puglia, de 18. "Não curto muito, mas aqui só tem sertanejo. Shows assim só em casas fechadas e teria público", sustentam.

Casal enumera grupos de rap para se apresentar aqui. (Foto: Marcelo Victor)
Casal enumera grupos de rap para se apresentar aqui. (Foto: Marcelo Victor)

Para ter O Rappa em Campo Grande, os fãs mobilizaram assinaturas e pedidos pelas redes sociais, hoje, outra corrente que começa é para que a banda cuiabana Vanguart chegue aqui. Eles estiveram se apresentando neste ano em Dourados e Bonito, mas não esticaram até a Capital.

"Precisa variar um pouco o cenário de música. A banda Vanguart é muito boa, que tem público, mas mesmo assim não vem para cá. Acho que os organizadores têm medo de não lotar", considera o estudante Adriano Fernandes, de 21 anos.

Músico, Erlon Mendonça chega a pedir Planet Hemp. "É difícil vir show desse porte aqui, tem que ter para todo mundo", diz.

Produtor de São Paulo e realizador do evento ao lado do empresário Cegonha e do bar 21, Sócrates que já tem 12 anos no ramo, anuncia ter uma programação muito boa para a cidade. "Vamos trazer gêneros diferentes, o público carece, não é só sertanejo. Temos um projeto e só depende da prefeitura, da Secretaria de Meio Ambiente, o que impede é a falta de local", pontua.

Para ter O Rappa em Campo Grande, os fãs mobilizaram assinaturas e pedidos pelas redes sociais. (Foto: Marcelo Victor)
Para ter O Rappa em Campo Grande, os fãs mobilizaram assinaturas e pedidos pelas redes sociais. (Foto: Marcelo Victor)

Na avaliação dele, as 9 mil pessoas entre público pagante e não pagante do show mostra que trazer "O Rappa" superou as expectativas. "Primeira vez que eu vejo um abaixo assinado para trazer um show. Foram milhares de assinaturas, isso mostra que a cidade pede shows diferentes".

O Shopping Bosque dos Ipês sediou grandes eventos neste ano. Em fevereiro, o Festival das Cores, "Happy Holi" e no último dia 25, o "Festeja Campo Grande", com quatro artistas sertanejos.

O superintendente do shopping, Murilo Loureiro, afirma que o estabelecimento quer se transformar em referência para shows na cidade. "É objetivo nosso dar infraestrutura necessária para que o shopping consiga ser local onde as bandas queiram se apresentar", disse.

"O Rappa" subiu ao palco às 00h10, abrindo o show com a música "O horizonte é logo ali", da nova turnê "Nunca tem fim". Durante a apresentação, eles reforçaram o "do Sul" ao dizer o nome de Mato Grosso do Sul.

Durante a apresentação, eles reforçaram o "do Sul" ao dizer o nome de Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcelo Victor)
Durante a apresentação, eles reforçaram o "do Sul" ao dizer o nome de Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcelo Victor)
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