Organizadores ameaçam processar cliente brigão e devem melhorar casa de shows
Quem foi ao show do Zeca Pagodinho no último sábado, na inauguração da nova casa de eventos de Campo Grande, a Diamond Hall, percebeu algumas falhas. A acústica, ou melhor a falta dela, não deixou o público da área VIP ouvir a apresentação. Quem também não estava no setor de mesas, local mais privilegiado da noite, reclamou de ter de usar banheiros químicos, mesmo pagando cerca de R$ 130,00 pelo convite. Já nas mesas, uma briga entre clientes deve fazer com que a empresa responsável pela produção acione a Justiça contra o causador da confusão.
O Lado B procurou um dos organizadores, o promotor de eventos, Jamelão, que admitiu as falhas e fez questão de frisar que duas reuniões entre a produção e a diretoria da casa já aconteceram de sábado para cá, justamente, para resolver o que não deu certo no show de inauguração e garantir conforto no próximo evento, que tem Lulu Santos como atração em novembro.
A primeira falha listada por Jamelão se refere ao acesso. A única entrada é pela Avenida Mato Grosso e o engarrafamento é inevitável. Quem usar do bom senso, vai recordar que a maioria dos locais na cidade sofre do mesmo problema. A questão é que no sábado do show, havia outro evento ao lado, no Golden Class, um pouco mais à frente, o que tumultuou ainda mais a entrada. "Ali é só se a prefeitura mexer no canteiro. Não tem como. São duas faixas para um público de 3,5 mil e 4 mil pessoas", pontua Jamelão.
Quanto aos banheiros químicos, únicos disponíveis para o público da área VIP, Jamelão explica que o problema foi a falta de tempo para finalizar a obra. "Não vai ser mais banheiro químico. Certeza que não vai ser. Está começando a obra dos banheiros e se não ficar pronta até o Lulu Santos, serão banheiros de container, como os de praia, mas químico não existe mais esta possibilidade", afirma.
O número de mesas nos setores A e B do show de Zeca Pagodinho de certa forma extrapolaram, fazendo com que a área VIP ficasse realmente no fundão. Questionado se distribuir ingressos dessa maneira dá certo, Jamelão defendeu que sim e que para o próximo show, em novembro, as mesas serão diminuídas e a área VIP vai ficar ao redor do salão, em "U", de uma ponta do palco à outra. Não somente ficar restrita ao fundo.
Segundo a produção, no sábado foram 166 mesas, contra as 99 previstas para o show de Lulu Santos. Fazendo as contas, serão menos 500 pessoas. Em compensação, a área VIP será aumentada. "Serão 2,5 mil pessoas na área, ela não é longe, fica a 27 metros do palco. Serão 11 metros de área VIP de cada lado", aponta.
Para melhorar a acústica, Jamelão volta a dizer que na inauguração a estrutura ainda não estava finalizada. "Para o Lulu, vai ter a forração acústica nas paredes laterais que sai da parede do palco até o fundo. Tem toda essa forração que não deu tempo de instalar", justifica.
Confusão - Um dos momentos tensos da noite foi a briga na área das mesas, que pode ser vista de longe. Sem exageros, cadeiras voaram e assustaram o público. O tumulto ocorreu depois de discussão porque uma das mulheres dos envolvidos estava vendo o show em pé, à frente da mesa do "causador" da confusão, um jovem, que teve o nome preservado. Antes da violência explodir, gelo foi jogado até culminar nas "cadeiradas". Os seguranças conseguiram conter a briga, o dono da casa acompanhou toda a ação até o rapaz ser retirado da festa.
Em décadas de trabalho, Jamelão fala que a Pedro Silva Promoções, responsável pela apresentação do dia 13 de setembro, nunca teve um episódio assim. "Tanto a Diamond, quanto a Pedro Silva encaminharam os dados dessa pessoa causadora do problema ao departamento jurídico. Estamos entrando com pedido de perdas e danos para inibir uma pessoa desse nível a fazer a mesma coisa em outros eventos".
A Diamond Hall foi assunto de matérias do Lado B por duas vezes. A estrutura é grande e luxuosa, com lustres, banheiros decorados e hoje comporta a maior capacidade de público em Campo Grande. É um ganho para a cidade, não dá para negar, reforça Jamelão. "A gente quer sim melhorar e estamos tendo o trabalho de ligar para todas as pessoas da mesa para ouvir as sugestões. Esta foi a primeira, a abertura, tiveram problemas, mas tudo vai ser resolvido e vamos continuar trazendo shows, com a abertura da Diamond Hall, que até então não cabiam na nossa cidade", resume Jamelão.
O proprietário da casa de shows, Fernando Caneppele, negou que tenha a intenção de processar o cliente que provocou a briga. Sobre o problema com os banheiros químicos, ele sustentou que foi contra, desde o início, o uso deste tipo de estrutura e que a princípio o show não previa área VIP. (matéria editada às 11h23 para acréscimo de informações).